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Novo presidente do Egito toma posse e promete governo inclusivo

30 de junho de 2012

Mohammed Morsi jurou respeitar a constituição e prometeu ser o presidente de todos os egípcios. O líder islâmico é o primeiro presidente eleito democraticamente na história do país mais populoso do mundo árabe.

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Egypt's Islamist President-elect Mohamed Mursi waves to his supporters while surrounded by his body guards in Cairo's Tahrir Square, June 29, 2012. Mursi took an informal oath of office on Friday before tens of thousands of supporters in Cairo's Tahrir Square, in a slap at the generals trying to limit his power. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh (EGYPT - Tags: POLITICS CIVIL UNREST)
Foto: Reuters

O presidente eleito do Egito, Mohamed Morsi, prestou juramento oficial neste sábado (30/6), na Suprema Corte Constitucional, no Cairo. Na sexta-feira, Morsi já havia feito um juramento simbólico em discurso para dezenas de milhares de pessoas na praça Tahrir, na capital egípcia.

"Juro pelo Deus todo poderoso preservar sinceramente a ordem republicana e respeitar a constituição e as leis, além de cuidar totalmente do interesse do povo", disse Morsi diante de 18 magistrados da corte egípcia neste sábado. Os presidentes anteriores costumavam jurar obediência à constituição do país no parlamento egípcio.

Após a cerimônia na corte, o presidente realizou o primeiro pronunciamento oficial à população na Universidade do Cairo. Mohamed Morsi é professor de Engenharia e exerceu a função líder da Irmandade Muçulmana até ser eleito presidente. O primeiro presidente civil do Egito, eleito democraticamente, é também o primeiro líder islâmico do país mais populoso do mundo árabe.

Um Estado civil

Morsi declarou mais de uma vez que fará um governo inclusivo. No discurso de sexta-feira, na praça Tahrir, o presidente reiterou que o povo egípcio é "a fonte do poder e da legitimidade, e que não existe qualquer instituição acima disso". Morsi se mostrou extremamente cuidadoso ao se dirigir à minoria cristã, representada por 10% da população egípcia.

Ele prometeu um "estado civil" para "os mulçumanos e os cristãos do Egito". Morsi foi declarado presidente no último domingo (24/6), após obter quase 52% dos votos nas eleições presidenciais de 16 e 17 junho. O atual presidente derrotou o ex-primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafiq, que também foi general do exército.

Durante a cerimônia de juramento, um forte sistema de segurança foi visto nas imediações no prédio do Tribunal Constitucional, no sul do Cairo. O Conselho Supremo das Forças Armadas governava o país desde a queda de Hosni Mubarak, forçado a deixar o poder após revolta popular, em fevereiro de 2011.

Cuidado com militares

A posse de Morsi também sinaliza uma vitória pessoal. Ele não foi o primeiro candidato da Irmandade Muçulmana para as eleições presidenciais. O primeiro nome escolhido pelo partido era Khairat el-Shater, que teve a candidatura impugnada devido a registros criminais no regime de Mubarak.

Morsi tem evitado confronto direto com as autoridades militares do Egito. Durante seu discurso na praça Tahrir, além de defender a soberania do povo, destacou a importância da unidade, e de atender aos objetivos da revolução.

Por mais de uma semana, milhares de ativistas, sobretudo islâmicos, têm acampado na praça Tahrir, exigindo o fim da controversa constituição temporária do país, instituída pelo governo militar. O documento é visto por ativistas como uma forma de os generais se continuarem próximos ao poder.

Apoio à Palestina e à Síria

Durante seu pronunciamento na Universidade do Cairo, Morsi falou também aos povos palestino e sírio. "O Egito, seu povo e instituições presidenciais estão ao lado do povo palestino até eles recuperarem todos os seus direitos", disse o presidente, que também apelou para o fim da violência na Síria e disse estar ao lado do povo sírio. Morsi disse ainda que o Egito não vai interferir em questões internas de outros países, assim como não quer intervenção em seus assuntos internos.

MP/ape/afp/dpa
Revisão: Francis França