Novos dirigentes da UE começam mandato com visita à Ucrânia
Publicado 1 de dezembro de 2024Última atualização 1 de dezembro de 2024O novo presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, iniciou o seu mandato neste domingo (01/12) com uma viagem a Kiev para mostrar o apoio "inabalável" da União Europeia à Ucrânia, ao lado da alta representante da UE para Relações Exteriores, e estoniana Kaja Kallas, e da comissária europeia para Ampliação, a eslovena Marta Kos.
"Desde o primeiro dia da guerra, a UE tem estado ao lado da Ucrânia. Desde o primeiro dia de nosso mandato, reafirmamos nosso apoio inabalável ao povo ucraniano", disse Costa em uma mensagem nas mídias sociais ao chegar a Kiev, onde afirmou estar "orgulhoso" de estar ao lado de Kallas e Kos. Isso inclui apoio humanitário, financeiro, militar e diplomático, acrescentou. Ele disse que uma questão a ser discutida, além do conflito atual, seria também o "futuro europeu comum" e a integração planejada da Ucrânia à UE.
Costa e Kallas compõem a nova liderança da UE ao lado de Ursula von der Leyen. Eles foram formalmente empossados horas antes, à meia-noite, juntamente com a nova equipe de comissários sob o segundo mandato da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Eles substituíram o ex-presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o ex-diplomata principal do bloco, Josep Borrell, após as eleições europeias de junho.
A comitiva europeia foi recebida pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, no Palácio Marinsky. "Tenho o prazer de receber hoje na Ucrânia, no primeiro dia de trabalho da nova liderança das instituições europeias, o presidente do Conselho Europeu, António Costa", disse Zelenski no aplicativo de mensagens Telegram.
"Esse início simbólico dessa nova liderança reflete as principais prioridades de todos nós na Europa", acrescentou Zelenski em sua mídia social sobre a reunião com Costa.
Incerteza
A visita a Kiev ocorre no momento em que a Ucrânia luta para se defender de uma ofensiva russa e enfrenta a incerteza da política dos EUA em relação a Kiev quando Donald Trump assumir a Casa Branca no próximo mês.
Nesta sexta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, sugeriu que um acordo de cessar-fogo com a Rússia poderia ser alcançado se o território ucraniano sob controle de Kiev estivesse "sob o abrigo da Otan” e ele pudesse negociar diplomaticamente a devolução da parte ocupada pelas forças russas posteriormente.
"Se quisermos acabar com a 'fase quente' da guerra, precisamos colocar o território da Ucrânia que controlamos sob o abrigo da Otan. Precisamos fazer isso rapidamente e, então, o restante do território (ocupado) poderá ser retomado diplomaticamente”", afirmou o presidente ucraniano em entrevista à rede britânica de televisão Sky News.
Fortes apoiadores da Ucrânia
Tanto Kallas quanto Costa têm sido fortes apoiadores da Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022. No entanto, nenhum dos dois pode fazer promessas específicas de mais ajuda, já que isso exige o apoio do governos nacionais da UE.
A UE afirma que suas instituições e países membros disponibilizaram cerca de 133 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia desde o início da guerra, mas o apoio futuro permanece incerto, especialmente se Trump reduzir o apoio dos EUA.
Trump criticou a escala da ajuda a Kiev e disse que buscará um fim rápido para a guerra, mas sem especificar exatamente como.
md (EFE, DPA, Reuters)