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Trabalhadores estrangeiros triplicam na Alemanha em dez anos

22 de julho de 2022

País soma hoje quase 300 mil profissionais de países de fora da União Europeia, enquanto em 2011 eram pouco mais de 90 mil. Indianos lideram a lista, e apenas um quarto do total é trabalhador qualificado.

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A placa diz em alemão que o local estará fechado na segunda-feira e que busca urgentemente mais trabalhadores.
Alemanha busca cada vez mais flexibilizar regras para admissão de profissionais estrangeirosFoto: Stefan Sauer/dpa/picture alliance

O número de estrangeiros com vistos concedidos para trabalhar na Alemanha mais do que triplicou em dez anos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (22/07) pelo Departamento Alemão de Estatísticas (Destatis).

Em 2011, o país contava 90,5 mil trabalhadores sem cidadania de países da União Europeia (UE). Até o final do ano passado, eram 295 mil – um aumento de 226%.

O ranking é liderado pelos indianos, com 33,9 mil trabalhadores registrados. Cidadãos da Bósnia e Herzegovina foram 26,3 mil, e os de Kosovo, em terceiro lugar, 19,6 mil. Outros países que se destacaram foram Sérvia (17,4 mil), China (16,7 mil), Reino Unido (16,5 mil), Albânia (13,8 mil), Macedônia do Norte (13,5 mil), Turquia (10,7 mil) e Rússia (9,4 mil).

Quase um quarto do total de novos trabalhadores registrados – 24%, ou quase 70 mil pessoas – adquiriu no ano passado o chamado "blue card", que foi introduzido na UE em 2012 para suprir a ausência de profissionais qualificados. Para receber o documento, é preciso ter diploma universitário e um emprego com salário bruto anual de pelo menos 56,4 mil euros.

A maioria dos estrangeiros, no entanto, não recebeu o blue card em 2021, mas sim uma permissão de residência que autoriza a atuação no mercado de trabalho. Ao todo, eles foram mais de 225 mil.

Para suprir a demanda por trabalhadores qualificados, o governo alemão busca flexibilizar ainda mais as regras de imigração por meio de reformas. Em breve, jovens graduados talvez não precisem ganhar salários tão altos quanto profissionais experientes para adquirir o blue card, por exemplo.

Atualmente, nas chamadas profissões de grande demanda – em que falta mão de obra no mercado europeu –, a UE exige um limite salarial inferior a 44 mil euros brutos por ano para obtenção do blue card. Ao final de 2021, quase metade dos trabalhadores estrangeiros com o documento atuava nessas áreas (48%), a exemplo da medicina e da tecnologia da informação.

"Estamos reduzindo os limites salariais para eles [profissionais que atuam em áreas de grande demanda]", afirmaram recentemente os ministros alemães do Interior, Nancy Faeser, e do Trabalho, Hubertus Heil.

Mais trabalhadores também da UE

Entre as pessoas que têm cidadania europeia, o número de trabalhadores também cresceu no mercado alemão em 2021. Conforme o levantamento feito pelo Destatis, em torno de 1,65 milhão de europeus migraram para a Alemanha por motivos profissionais, um aumento de 19% em relação a 2017, quando os dados foram coletados pela primeira vez.

Os poloneses lideram o ranking, com 380 mil trabalhadores, e são seguidos por Romênia (271 mil), Itália (208 mil), Croácia (131 mil), Bulgária (109 mil), Grécia (108 mil), Hungria (83 mil), Áustria (72 mil), Espanha (43 mil) e França (42 mil). A maioria (71%) já tinha uma oferta confirmada de emprego antes de chegar à Alemanha.

gb/lf (DPA, Reuters)