O Brasil na imprensa alemã (06/04)
6 de abril de 2022Tagesschau – Mortes após chuvas fortes no Rio (01/04)
No estado do Rio de Janeiro, mais de 15 pessoas morreram devido a deslizamentos de terra depois que fortes chuvas atingiram a região. Crianças também estão entre os mortos, informaram as autoridades brasileiras, que registraram 850 chamadas de emergências em 24 horas. Ao menos 144 pessoas foram resgatadas.
Em Paraty, foi declarado estado de emergência. Nesta cidade, seis pessoas morreram depois que um deslizamento de terra, devido às fortes chuvas, atingiu várias casas próximas à praia, segundo noticiou o portal de notícias G1.
"Temos mais de 70 famílias desabrigadas", afirmou o prefeito de Paraty, Luciano Vidal. A lama bloqueou estradas, e bairros inteiros ficaram sem energia. Em apenas um dia, choveu 322 milímetros na cidade, que é a precipitação média para seis meses.
Süddeutsche Zeitung – Metas climáticas com proteção de áreas indígenas (01.04)
A proteção de florestas em territórios de comunidades indígenas é essencial para que alguns países atinjam suas metas climáticas, informam pesquisadores. Um relatório publicado pelo World Resources Institute e Climate Focus (Instituto de Recursos e Foco Climático Mundial) analisa a situação das florestas – incluindo a região amazônica – em países latino-americanos como Brasil, Colômbia, Peru e México.
"As terras indígenas e comunidades locais são responsáveis por 28% do armazenamento de carbono de todo o mundo", escrevem os autores do estudo. Essas áreas são, nos quatro países estudados, responsáveis por um terço do sequestro de carbono, que eles prometeram até 2030 no âmbito do Acordo de Paris. Esses territórios, entretanto, também são constantemente invadidos por criadores de gado, madeireiros e mineiros.
Os governos devem, portanto, responsabilizar-se pelas áreas e protegê-las, menciona o estudo [...]. Caso contrário, as metas climáticas só podem ser alcançadas por meio de medidas drásticas – no Brasil e na Colômbia, por exemplo, 80% dos veículos atualmente em uso deveriam ser retirados de circulação.
Die Welt – A verdade sobre a "cura milagrosa" para a covid-19 (04.04)
O fato de que o medicamento ivermectina não ajuda contra a covid-19 foi agora confirmado por um grande estudo feito no Brasil. A pesquisa, publicada no renomado "New England Journal of Medicine", concluiu que o vermífugo não diminui o risco de tratamento hospitalar devido a uma infecção por coronavírus, em comparação a um placebo.
O ivermectina, que pode ser usado para tratamento contra certos parasitas em humanos, recentemente ganhou popularidade, especialmente entre opositores da vacinação contra o coronavírus. Eles viram a droga como uma "cura milagrosa" para a pandemia.
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No estudo, o ivermectina mostrou-se clinicamente ineficaz, tanto em termos de risco de hospitalização quanto à duração da hospitalização ou mesmo à recuperação após uma infecção. "Nenhum efeito a partir do medicamento!", escreveu, no Twitter, o diretor da Clínica de Medicina Intensiva do Centro Médico Universitário Hamburg-Eppendorf, Stefan Kluge, referindo-se ao estudo. O imunologista Leif Erik Sander, do Berliner Charité (hospital universitário em Berlim), no Twitter, também reagiu ao resultado: "Com isso, esse tema deve ser finalizado".
Die Welt – A luta global pelo poder do trigo (01.04)
Até o momento, a Ucrânia e a Rússia seguem fornecendo uma grande parte das exportações. Outros países, porém, buscam suas chances de negócios lucrativos.
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América do Sul
Brasil, o gigante sul-americano, também tem sido duramente atingido pela crise do trigo. Nas padarias, os preços estão disparando. No entanto, segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, o país poderia obter uma vitória devido à nova ordem geopolítica. Os espaços seriam abertos onde o Brasil antes era deixado de fora, disse Campos Neto. De acordo com o instituto de pesquisa Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o país poderia triplicar a produção anual para até 22 milhões de toneladas, o que o tornaria um dos dez maiores exportadores de trigo do mundo.
Consequentemente, é possível que a Europa se aproxime do Brasil, cujo presidente, Jair Bolsonaro, tem sido criticado por aumentar o desmatamento na floresta amazônica. A expansão agrícola – em detrimento do meio ambiente – poderia, agora, gerar frutos.
gb (ots)