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O Brasil na imprensa alemã (13/09)

13 de setembro de 2017

Prisão de Joesley Batista, corrupção na escolha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos e massacre de índios de tribo isolada na Amazônia são destaques da semana.

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Joesley Batista
Joesley Batista deixa a sede da Polícia Federal em Brasília, em junho de 2017Foto: picture alliance/ESTADAO CONTEUDO/D. Sampaio

Handelsblatt – Abandonado pela sorte, 12/09/2017

As dúvidas sobre a integralidade da delação de Joesley Batista podem significar uma reviravolta no escândalo de corrupção brasileiro Lava Jato. No seu transcurso, centenas de empresários, executivos e políticos já foram condenados a penas elevadas, presos e sentenciados. Mas não só Batista incriminou, com suas declarações, políticos e membros do governo em troca da redução de penalidades: os proprietários e executivos da empresa de construção Odebrecht, bem como da petrolífera estatal Petrobras, delataram amplamente. Mas, na opinião pública e na Justiça, crescem as dúvidas se os delatores realmente disseram tudo o que sabem. Caso seja comprovado que os depoimentos estão incompletos, os acordos de delação podem ser inválidos, como no caso de Batista. O procurador-geral Rodrigo Janot também está agora enfraquecido porque seu assistente próximo, que negociou o acordo de leniência com os Batista, poderia estar na lista de pagamentos deles.

O único que está contente com esses acontecimentos é o presidente Michel Temer: nesta quarta-feira, Janot deve oferecer nova denúncia contra o presidente por corrupção. Não dá mais mesmo para confiar no procurador-geral, disse Temer – visivelmente satisfeito com os últimos acontecimentos.

Focus – Garimpeiros teriam matado membros de tribo isolada na Amazônia, 12/09/2017

Um grupo de garimpeiros aparentemente matou vários membros de uma tribo indígena que vive isolada da civilização na Floresta Amazônica e, em seguida, os esquartejou.

Como relatou o New York Times, vários homens teriam sido ouvidos em um bar perto da fronteira colombiana quando se gabavam do banho de sangue diante de outras pessoas. Os garimpeiros teriam matado um total de dez membros da tribo indígena.

Como uma suposta justificativa, os homens alegaram ter apenas se defendido: se eles não tivessem matado os indígenas, teriam sido mortos por eles, de acordo com suas próprias declarações. A autoridade brasileira Funai, responsável pelos interesses da população indígena do país, já denunciou o caso ao Ministério Público.

Se as acusações contra os garimpeiros forem confirmadas, o massacre seria o último incidente de uma série de crimes contra os nativos da Floresta Amazônica. Uma integrante da Funai comentou no New York Times o papel dos políticos nesses casos. "Este novo massacre é devido ao fracasso do governo brasileiro em proteger as tribos isoladas – o que deveria ser garantido pela Constituição."

Die Tageszeitung – Um tema altamente complexo, 07/09/2017

A suspeita já existia há muito tempo, graças às investigações francesas. Na terça-feira, o judiciário brasileiro determinou uma grande operação para apuração de um grande escândalo de corrupção em torno da decisão olímpica a favor do Rio de Janeiro. Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público realizaram buscas em vários apartamentos e escritórios, incluindo o Comitê Olímpico Brasileiro. Para conseguir os Jogos em 2016, funcionários esportivos e empresários brasileiros teriam subornado vários membros do COI, principalmente da África.

Carlos Arthur Nuzman, organizador-chefe dos últimos Jogos Olímpicos e presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, foi levado para interrogatório e teve que entregar seu passaporte. De acordo com os investigadores, ele seria o vínculo entre os doadores e os destinatários do suborno. Dois milhões de dólares teriam sido pagos só para o filho do membro senegalês do COI, Lamine Diack, que por muitos anos também presidiu a Federação Internacional de Atletismo.

As revelações do escândalo olímpico mostram, segundo o Ministério Público, que a organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral operava um "esquema de corrupção internacional altamente complexo". Isso não é uma surpresa para a já sofredora população do Rio. Desde o final das Olimpíadas, há mais de um ano, ela paga a fatura de um evento esportivo que, apesar das falhas nos preparativos, transcorreu bastante bem, mas que não era realmente desejado por ninguém. O boom de obras, que deu muitos empregos, já passou há muito tempo. Agora, a cidade e o estado do Rio de Janeiro estão falidos. Os professores, policiais e outros funcionários públicos têm que esperar meses por seus salários. Alguns hospitais e universidades quase não conseguem funcionar.

MD/ots