O Brasil na imprensa alemã (27/11)
27 de novembro de 2019Der Tagespiegel: Flamengo ganha a Libertadores – com ares de 1999 (24/11)
O Flamengo venceu a Copa Libertadores com gols de Gabriel Barbosa – apelidado de Gabigol – aos 89 e 92 minutos de jogo contra o River Plate de Buenos Aires: 2 a 1. O espetacular final lembrou a final da Liga dos Campeões de 1999, quando o Manchester United tirou o título do Bayern de Munique com dois gols nos acréscimos.
A Libertadores é o equivalente sul-americano da Liga dos Campeões da Europa, e o título mais cobiçado da região. As emoções à flor da pele no Brasil em torno da decisão também se devem ao fato de o Flamengo ter conquistado o título pela última vez havia 38 anos.
O Flamengo não é um time qualquer. O clube é um dos mais populares do mundo, com cerca de 40 milhões de torcedores. No Brasil, mesmo na mais remota vila indígena da Amazônia, você pode encontrar um nativo com a camisa rubro-negra. Em muitas cidades do interior do Brasil, como Manaus ou Brasília, onde vivem imigrantes de outras regiões, o Flamengo tem muitas vezes uma grande torcida. Também tem a ver com o fato de os torcedores pertencerem a todas as classes sociais e cores de pele, tanto das favelas como dos bairros ricos. O Flamengo, como se costuma dizer, não é um clube de futebol, mas uma religião.
Die Zeit: Bolsonaro funda novo partido de direita (22/11)
O presidente de direita do Brasil, Jair Bolsonaro, fundou um novo partido. A Aliança pelo Brasil se opõe ao "comunismo, globalismo e toda ideologia que atente contra a dignidade humana e a ordem natural", disse o chefe de Estado na cerimônia de fundação. O líder do partido é o próprio Bolsonaro, seu filho Flávio é seu vice.
O programa do novo partido afirma que reconhece o lugar de Deus na vida, na história e na alma do povo brasileiro, e defende o direito à posse de armas. Além disso, a Aliança pelo Brasil rejeita o aborto. Os partidários da nova legenda cantaram na cerimônia de fundação: "A nossa bandeira nunca será vermelha".
Spiegel Online: "Aqui eu não preciso mentir para ninguém" (25/11)
Josué Machado é presidente da LiGay, liga de jogadores LGBT do Brasil, desde o início do ano. Ele treinou times das categorias de base do Cruzeiro e do Vitória. Como profissional, jogou nas ligas inferiores do Brasil e da Argentina. Ele tornou pública sua homossexualidade depois de encerrar a carreira. Atualmente joga pelo Bharbixas, um dos times da LiGay. Machado e sua equipe também participaram do campeonato Champions LiGay, que aconteceu em Belo Horizonte em 15 e 16 de novembro.
A homossexualidade é tema polarizador no Brasil. Por um lado, a legislação é considerada liberal, mas, por outro, há repetidos ataques. O presidente Jair Bolsonaro já causou indignação com suas declarações homofóbicas. Nos estádios de futebol, insultos e canções homofóbicas são recorrentes. A homofobia é generalizada no Brasil. Josué Machado diz que a liga que ele preside quer oferecer aos homossexuais um espaço seguro. Em entrevista, também fala sobre a responsabilidade de Bolsonaro: "O nosso presidente defende valores como a família tradicional. O seu discurso de ódio contribui para a existência contínua de tais crimes. Bolsonaro não pega na arma, mas dá tapinhas no ombro dos perpetradores."
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