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"O islã faz parte da Alemanha", afirma Merkel

15 de janeiro de 2015

Em discurso no Parlamento, chanceler federal diz que não há espaço para discriminação no país, que abriga 4 milhões de muçulmanos. "Terrorismo não tem nada a ver com religião."

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Foto: Reuters/F. Bensch

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, pediu nesta quinta-feira (15/01) que se diferenciem claramente os muçulmanos do terrorismo em nome do islã. Em discurso no Parlamento sobre os atentados em Paris, a chefe de governo reiterou que "o islã faz parte da Alemanha", assim como o judaísmo e o cristianismo.

Na sessão parlamentar em memória das 17 vítimas dos atentados na França, Merkel apelou para que a sociedade se mantenha unida na Alemanha, onde vivem cerca de 4 milhões de muçulmanos. "Não nos deixaremos dividir", disse , destacando que não há espaço para discriminação no país.

"Toda exclusão de muçulmanos na Alemanha, toda suspeita generalizada é proibida", declarou. Segundo ela, esclarecer a questão de por que assassinos apelam para o islã em seus atos é "importante" e "urgente".

Merkel afirmou que todos constroem uma imagem do outro com base na própria experiência, no senso comum ou no medo. Algumas vezes essa imagem se transforma em hostilidade, o que poderia ser evitado através do esclarecimento e do conhecimento.

"Terrorismo com certeza não tem nada a ver com disputa cultural e muito menos com religião", disse Merkel.

A chanceler também fez menção ao movimento "anti-islamização" Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente"), que, segundo ela, propaga a "demagogia em vez do esclarecimento".

Quanto aos atentados em Paris, Merkel manifestou mais uma vez solidariedade com o povo francês. "A Alemanha e a França permanecem unidas nesses dias difíceis", disse, afirmando que não há segurança na Alemanha se não houver segurança na França.

LPF/dpa/epd/rtr