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SociedadeArgentina

O que se sabe sobre o apagão que afetou 40% da Argentina

2 de março de 2023

Incêndio em pastagem teria causado o maior blecaute registrado no país nos últimos anos. Mais de 20 milhões de argentinos ficaram sem luz.

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Loja no escuro em Buenos Aires
Partes de Buenos Aires ficaram cerca de duas horas sem luzFoto: Agustin Marcarian/REUTERS

Várias falhas no sistema elétrico da Argentina provocaram nesta quarta-feira (01/03) um extenso blecaute que afetou diversas áreas do país, incluindo a capital Buenos Aires. O apagão deixou mais de 20 milhões de argentinos, quase metade da população do país, sem energia elétrica, num dia em que os termômetros marcaram altas temperaturas.

O apagão começou por volta das 16h (horário local) e deixou várias províncias do país sem energia elétrica, por pelo menos duas horas, incluindo parte de Buenos Aires, onde o blecaute afetou a rede de metrô e ferroviária, além de centenas de semáforos. Cidades de Santa Fé, Córdoba, da região de Cuyo, Patagônia e do Noroeste do país foram afetadas.

Esse foi o maior apagão registrado na Argentina nos últimos quatro anos. O blecaute ocorreu num momento no qual o país enfrenta uma onda de calor. Buenos Aires, por exemplo, vive o verão mais quente desde 1961, quando começou o registro, segundo o serviço meteorológico. Na quarta-feira, os termômetros marcaram 36 °C na cidade.

Incêndio em pastagem gerou apagão

Um incêndio em algumas pastagens em General Rodríguez teria sido o estopim do apagão, segundo o jornal argentino Clarín. O fogo afetou uma linha de alta tensão ligada a usina nuclear Atucha 1, afirmou o subsecretário argentino de Energia, Santiago Yanotti. Por medidas de segurança, a Atucha 1 precisou ser desconectada do sistema interligado.

O incêndio afetou três linhas de alta tensão que unem as estações transformadoras da cidade de General Rodríguez, na província de Buenos Aires, com a área do Litoral (nordeste), as quais ficaram fora de serviço.

O desligamento de Atucha 1 teria gerado um desequilíbrio entre a demanda e a oferta de eletricidade no sistema. Com um efeito dominó, o apagão se espalhou pelo país. Por volta das 17h, cerca de 40% da Argentina estava sem energia elétrica.

Usina de Atucha 1, na Argentina
Usina nuclear de Atucha 1 teve que ser desligada do sistemaFoto: Matias Baglietto/REUTERS

A empresa de transmissão de eletricidade em alta tensão Transener disse que, juntamente com Companhia Administradora do Mercado Atacadista Elétrico (Cammesa), implementou um plano de contingência e iniciou os trabalhos para restabelecer o abastecimento.

Por volta das 18h, a usina Atucha 1 foi reconectada ao sistema, e o serviço começou a retornar a Buenos Aires. Mas grandes áreas do país permaneciam sem energia às 22h.

Impactos do apagão

Além dos impactos no sistema de transporte, o apagão afetou abastecimento de água, causando cortes no fornecimento. Fábricas também tiveram que interromper produções e foram registradas perdas de mercadorias no comércio.

Em Buenos Aires, os bombeiros foram acionados para retirar pessoas que ficaram detidas em ao menos 18 elevadores. Passageiros do metrô também tiveram que ser evacuados de trens.

Já os aeroportos do país operaram normalmente por contar com geradores.

Investigação para apurar causas

Após o controle do incêndio que atingiu uma torre de alta tensão, o ministro da Economia, Sergio Massa, pediu à Justiça que apure o ocorrido.

"Que disponibilizem as medidas necessárias para investigar, processar e, se for o caso, prender os responsáveis pelos gravíssimos fatos ocorridos no dia de hoje e que podem enquadrar-se no crime de incêndios e estragos", indica o documento assinado por Massa.

cn/lf (Efe, Afp, ots)