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Diego elogia Magath

16 de setembro de 2011

"Tivemos nossas diferenças, mas eu sei reconhecer as qualidades dele", afirma o meia brasileiro Diego em entrevista à Deutsche Welle. "Tudo o que fiz foi pelo meu excesso de vontade em ajudar o Wolfsburg."

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Meia colheu elogios da imprensa na estreia no AtléticoFoto: picture alliance/dpa

Em entrevista à Deutsche Welle, o meia brasileiro Diego escolheu não criticar o técnico do Wolfsburg, Felix Magath, com quem se desentendeu na temporada passada.

"Acho que o Magath é um bom profissional, tem uma história no futebol. Tivemos nossas diferenças, mas eu sei reconhecer as qualidades dele", afirmou Diego, que hoje defende o Atlético de Madri.

Diego foi afastado do Wolfsburg após ter abandonado a equipe antes do início da última partida da temporada passada, contra o Hoffenheim. O jogo era decisivo para o Wolfsburg, que lutava contra o rebaixamento. Ao ver que seu nome não estava na relação de titulares, o jogador simplesmente foi embora.

Na entrevista, Diego dá a sua versão da história: "Todos estavam muito ansiosos com esse jogo e eu mesmo não via a hora de entrar em campo. Quando fiquei sabendo que não iria para o jogo, me senti muito mal. Era muito importante para mim estar em campo naquele dia. Acabei não concordando, foi um choque para mim e aí aconteceu o que todos já sabem."

Deutsche Welle: Sua estreia no Atlético de Madri, contra o Valencia, terminou com uma derrota por 1 a 0, mas você recebeu muitos elogios pelo seu rendimento. Feliz de poder voltar a jogar?

Diego: Sim, muito feliz. Eu não via a hora de voltar a jogar, e isso se juntou à ansiedade de estrear com a camisa do Atlético de Madri. Uma pena que tenhamos perdido, mas, mesmo assim, foi um jogo especial para mim.

Na Alemanha só saíram notícias ruins sobre você na imprensa nos últimos meses. Já na Espanha lê-se que você exibiu mais qualidade em 30 minutos do que qualquer outro meio-campista atleticano em dez anos. O jornal Marca escreve: "Diego deslumbra". O que você sente nesses momentos?

Sinto-me muito bem, muito empolgado e muito à vontade para fazer bem o meu trabalho. Apesar de tudo o que aconteceu nos últimos tempos, quero apagar isso e trazer apenas as coisas boas e iniciar uma trajetória de sucesso aqui na Espanha. Fiquei muito contente com a repercussão após a estreia e isso só me deixa ainda mais motivado.

Você se sentiu maltratado na Alemanha? Acreditada que sua imagem foi prejudicada?

Muita gente estava do meu lado. Tudo o que aconteceu acabou tomando uma repercussão imensa. Foi uma coisa isolada, uma discussão causada pela grande vontade que sempre tive de defender o clube. Eu luto sempre para defender as equipes em que jogo. Sei que muita gente reconhece isso na Alemanha e que deixei mais coisas boas do que ruins.

Quando você retornou à Bundesliga estava cheio de esperanças de que uma outra fase de sucesso de sua carreira começaria, mas infelizmente não foi assim. O que aconteceu em Wolfsburg?

Infelizmente o time do Wolfsburg não produziu como esperávamos. Tínhamos um grande elenco, com bons jogadores, mas o time não se encaixou e chegamos ao ponto de lutar contra o rebaixamento na Bundesliga. Isso acaba inibindo a técnica da equipe, que passa a jogar mais com a garra, com a vontade.

O técnico Felix Magath e você não conseguiram se entender. Qual era o problema entre vocês? Por que não funcionou o trabalho conjunto?

Foi ele que escolheu não querer mais trabalhar comigo. Tenho consciência do que fiz, mas também tenho a tranquilidade de saber que tudo o que fiz foi pelo meu excesso de vontade em ajudar o Wolfsburg.

E hoje, longe de tudo isso e recuperando a alegria de jogar, que opinião tem de Felix Magath? Você voltaria a trabalhar com ele?

Não sei, ainda é muito prematuro e, como disse acima, foi uma escolha dele, portanto, temos que ver se ele vai querer isso também. Acho que o Magath é um bom profissional, tem uma história no futebol. Tivemos nossas diferenças, mas eu sei reconhecer as qualidades dele.

Magath decidiu que você não voltaria a jogar com a equipe. Como você reagiu a esse castigo? Como superou essa situação difícil, que durou meses?

Foi muito complicado. Não me restou muita coisa a não ser me cuidar muito e buscar alternativas para não ficar parado.

Hoje, no Atlético de Madri, confiam em você, apesar de você não ser titular por ainda não estar 100% fisicamente. Essa situação é uma consequência da pausa em Wolfsburg?

Sem dúvida alguma. Não só pela questão de jogos, mas pelos treinamentos, dos quais eu também acabei afastado. Mas eu me cuidei durante todo esse período e não vai ser tão difícil recuperar a forma.

Muito se falou sobre o que aconteceu na última partida da temporada passada, contra o Hoffenheim, quando você abandonou a equipe. Qual a sua versão do ocorrido?

Eu estive à disposição da equipe durante toda a temporada e acho que tive participação importante nas últimas rodadas, que nos fez chegar ao último jogo com boas condições para escapar do rebaixamento. Todos estavam muito ansiosos com esse jogo e eu mesmo não via a hora de entrar em campo. Quando fiquei sabendo que não iria para o jogo, me senti muito mal. Era muito importante para mim estar em campo naquele dia. Acabei não concordando, foi um choque para mim e aí aconteceu o que todos já sabem.

Que coisas aprendeu no seu último ano na Alemanha? Que coisas positivas e negativas ficaram de sua passagem pelo Wolfsburg?

Certamente aprendi muitas coisas. Tento sempre tirar o lado positivo das coisas para crescer pessoal e profissionalmente. A última temporada me deu uma situação inusitada, que foi lutar contra o rebaixamento, que é uma coisa muito difícil e exige demais dos jogadores. Foi uma temporada muito movimentada, com muitas coisas novas e diferentes na minha vida. Acredito que amadureci ainda mais neste último ano.

Você gostaria de voltar a jogar na Bundesliga, se tivesse oportunidade? 

Eu nunca escondi que tenho um carinho especial pela Alemanha. Sempre fui muito bem acolhido e sempre fui muito feliz. Agora estou tendo uma oportunidade na Espanha e estou muito feliz, mas, se futuramente acontecer algo para que eu volte, não tenho motivos para deixar de ir. Porém, é importante lembrar que hoje não penso nisso. Estou feliz em Madri e muito focado em fazer bem o meu trabalho e construir aqui o mesmo nome e reconhecimento que construí lá.

Autor: Daniel Martínez (as)
Revisão: Carlos Albuquerque