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Obama afirma ter autoridade para combater o "Estado Islâmico"

10 de setembro de 2014

Na véspera de se pronunciar sobre a estratégia contra o grupo, presidente dos EUA diz a líderes do Congresso que não precisa de autorização para agir. Porta-voz não deixa claro se ataques serão expandidos para a Síria.

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Foto: picture alliance/dpa

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira (09/09) a líderes do Congresso que não precisa que eles autorizem sua estratégia para combater o "Estado Islâmico" (EI), na véspera de um pronunciamento em que pode anunciar a expansão das operações contra o grupo islâmico no Iraque e na Síria.

"O presidente disse aos líderes que tem a autoridade da qual precisa para agir contra o EI de acordo com a missão que ele apresentará em seu discurso amanhã à noite [hora local]", informou a Casa Branca num comunicado.

Obama reuniu-se nesta terça-feira com Harry Reid e Nancy Pelosi, líderes democratas no Senado e na Câmara dos Representantes, e seus homólogos republicanos, Mitch McConnell e John Boehner, para discutir a próxima fase de sua campanha contra o EI.

Obama reiterou que não enviará tropas terrestres ao Iraque, e isso não deve mudar após o discurso desta quarta-feira. "Ele falará dos riscos enfrentados pelos EUA e sobre a estratégia que desenvolveu para confrontar esses riscos, para mitigá-los e, por fim, para degradar e destruir o EI", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta terça-feira.

Enquanto Obama deve preparar os americanos para uma ação de longo prazo contra o EI, ele não estabelecerá um cronograma definido para isso, acrescentou Earnest. O porta-voz não disse se o presidente anunciará que pretende expandir os ataques para os redutos do grupo na Síria. Entretanto, os jornais The New York Times e Washington Post informaram na noite desta terça-feira que Obama estaria de fato preparado para autorizar ataques à Síria.

O discurso de Obama na noite desta quarta será seu esforço mais significante para esboçar a estratégia contra o grupo, cujos métodos de chocar incluíram a decapitação de dois jornalistas americanos. Além disso, o presidente recrutará apoio popular para um novo empreendimento militar no exterior num momento crítico: na véspera do 13º aniversário dos atentados do 11 de Setembro, quando o radicalismo islâmico atingiu os EUA em larga escala pela primeira vez.

A Resolução dos Poderes de Guerra, de 1973, exige que o presidente consulte o Congresso antes de conduzir Forças Armadas dos EUA a uma guerra, mas permite que elas permaneçam no conflito por 60 dias até que o presidente obtenha a aprovação do Congresso para esta ação.

Eleito em 2008 com a promessa de retirar as tropas americanas do Iraque, até agora Obama tem limitado as operações militares neste país à proteção da minoria yazidi e a ataques a alvos do EI próximos à capital curda, Erbil, e às barragens de Mossul e Haditha.

Ele tem a opção de atacar mais alvos no Iraque e tem considerado realizar ataques também à Síria. Numa entrevista à emissora NBC no último domingo, Obama disse que os EUA atacariam os líderes militantes que estivessem aseu alcance.

Uma pesquisa de opinião realizada pelo jornal Washington Post e pela emissora ABC News, divulgada nesta terça-feira, indicou que 71% dos americanos apoiam ataques aéreos ao Iraque, e 65% os apoiam também à Síria. Já a aprovação ao governo Obama chegou quase ao mínimo registrado até agora, com 43% dos entrevistados considerandoo presidente um líder forte.

LPF/rtr/afp