Obama ameaça retaliar Rússia por ataques cibernéticos
16 de dezembro de 2016O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que, antes de deixar o governo, "tomará medidas" contra a Rússia devido aos ataques cibernéticos ocorridos durante as eleições presidenciais com objetivo de manipular os resultados do pleito.
"Acredito que não há dúvida de que, quando qualquer governo estrangeiro tenta impactar a integridade de nossas eleições, temos que tomar medidas e vamos fazê-lo no momento e no local que decidirmos", afirmou Obama nesta quinta-feira (15/12), durante entrevista à emissora de rádio pública NPR.
De acordo com o presidente, algumas das medidas podem ser explícitas e públicas, e outras não. Funcionários da Casa Branca afirmaram ser "fato" que os ataques cibernéticos da Rússia ajudaram a campanha do presidente eleito Donald Trump contra a rival democrata Hillary Clinton.
Também nesta quinta-feira, a Casa Branca sugeriu que o presidente russo, Vladimir Putin, sabia e esteve envolvido nos supostos ataques.
"Quando falamos de uma intrusão cibernética significativa como esta, falamos dos níveis mais altos do governo", comentou o assessor adjunto de segurança nacional da Casa Branca, Bem Rhodes.
Em entrevista à rede MSNBC, Rhodes disse que "em última instância, Vladimir Putin é o funcionário responsável pelas ações do governo russo".
No início de dezembro, Obama ordenou uma investigação completa sobre o caso. Segundo as redes de televisão NBC, CBS e ABC, com base em declarações de funcionários do governo sob anonimato, a inteligência americana também concluiu que Putin esteve diretamente envolvido nos ataques contra o processo eleitoral dos EUA.
Na semana passada, Trump já havia classificado a suspeita de interferência russa nas eleições de "ridídula". Por meio do seu perfil no Twitter, Trump voltou a questionar nesta quinta-feira as conclusões da Casa Branca sobre o ataque cibernético russo.
"Se a Rússia, ou alguma outra entidade, estava hackeando, por que a Casa Branca demorou tanto para agir? Por que só se queixaram depois que Hillary perdeu?", questionou Trump.
A Rússia negou em várias ocasiões seu envolvimento nos ciberataques, e Trump se manteve do lado de Moscou.
TMS/efe/afp