Obama chega à Argentina para visita de dois dias
23 de março de 2016O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou nesta quarta-feira (23/03) a Buenos Aires para uma visita de dois dias, com o objetivo de restabelecer a confiança mútua e a cooperação entre os dois países. O avião presidencial Air Force One pousou, transportando Obama e sua família, no aeroporto de Ezeiza vindo de Havana, Cuba.
A visita de Obama ocorre no âmbito do relançamento das relações com a Argentina e tem por objetivo impulsionar o comércio bilateral, depois de mais de uma década de distanciamento entre os dois países.
Para esta quarta-feira, é prevista uma reunião de Obama com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, seguida de uma entrevista conjunta à imprensa. Durante o encontro, estão programados assinaturas de acordos e convênios de cooperação sobre energia nuclear, infraestrutura, comunicações, educação, energia, direitos humanos e agronegócio, entre outros.
Nesta quinta-feira, dia dos 40 anos do golpe de Estado de março de 1976, está agendada uma homenagem às vítimas da ditadura, quando Obama visitará o Parque da Memória, que lembra os milhares de desaparecidos durante o regime militar.
Protocolos de uma reunião de 1970 entre o então secretário de Estado americano, Henry Kissinger, e o então ministro do Exterior da Argentina parecem mostrar Kissinger dando sua aprovação para a repressão aos dissidentes, como parte dos esforços da Guerra Fria para afastar a ameaça comunista.
Protestos
Obama prometeu na semana passada disponibilizar os documentos da CIA e do FBI relacionados ao regime militar argentino.
Há notícias de que academias militares dos EUA treinaram militares da Argentina e de outros regimes latino-americanos em técnicas de tortura.
Partidos políticos de esquerda anunciaram protestos em Buenos Aires e em Bariloche, cidade onde Obama tem programada visita na quinta-feira. Eles afirmam que a presença de um líder dos EUA na época do aniversário do golpe é um desrespeito às famílias dos milhares que foram assassinados ou que desapareceram.
O chefe de governo americano permanecerá na Argentina após o fim da visita oficial, com sua mulher, as duas filhas do casal e sua sogra, numa viagem privada à Patagônia.
Devido aos atentados de terça-feira em Bruxelas, a Argentina decidiu aumentar o nível de alerta de segurança durante a visita de Obama. Cerca de três mil policiais participam do esquema de segurança.
MD/lusa/dpa/rtr/afp/ap