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Obama chega a Havana para visita histórica

20 de março de 2016

Primeira visita oficial de um presidente americano a Cuba em quase 90 anos marca novo impulso na reaproximação entre os dois países, após décadas de hostilidades. Momento mais aguardado é discurso para o povo cubano.

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O presidente Barack Obama desembarcou ao lado da família no aeroporto de Havana: visita históricaFoto: picture-alliance/dpa/M. Reynolds

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou em Havana neste domingo (20/03) para uma visita histórica de 48 horas – a primeira de um chefe de Estado americano à ilha caribenha em 88 anos.

Obama aterrissou no Aeroporto Internacional Jose Marti, em Havana, a bordo do Air Force One, o jato presidencial com "Estados Unidos da América" gravado na fuselagem, uma visão que parecia inimaginável há poucos anos.

A visita teria sido impensável até que Obama e o presidente de Cuba, Raúl Castro, concordaram em dezembro de 2014 em acabar com um distanciamento que começou quando a revolução cubana derrubou um governo pró-EUA em 1959.

Havana se preparou para Obama de forma especial, pavimentando as ruas e restringindo áreas que ele visitará por motivos de segurança. Placas de boas-vindas com imagens do presidente americano ao lado de Castro aparecem na parte colonial da cidade, onde foi programado um passeio para a família Obama logo após o desembarque.

Obama vê o fim de cinco décadas de medidas isolacionistas impostas pelos EUA a Cuba como um dos grandes êxitos de sua política externa. Os dois países reataram as relações diplomáticas em julho passado, após uma aproximação entre Obama e Castro, iniciada em dezembro do ano anterior.

A viagem carrega forte simbolismo, após décadas de hostilidade entre Washington e Havana. E faz de Obama o primeiro presidente em exercício a visitar Cuba desde Calvin Coolidge, que foi à ilha a bordo de um navio em 1928.

Detenção de dissidentes

Apesar da reaproximação, o embargo comercial imposto pelos EUA durante a Guerra Fria ainda pesa sobre a ilha, com poucas perspectivas de que seja removido pelo Congresso americano, dominado pelo Partido Republicano.

O governo dos EUA, porém, realizou mudanças regulatórias para permitir o comércio e viagens entre os dois países. Depois de Cuba, o presidente americano visitará, nos dias 23 e 24 de março, a Argentina.

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Dissidente é detida em HavanaFoto: Getty Images/AFP/A. Roque

Junto a Obama viajam a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, os senadores democratas Patrick Leahy e Dick Durbin e o republicano Jeff Flake. Uma delegação mais ampla de líderes políticos e empresariais viaja separadamente.

Horas antes da chegada de Obama, a polícia cubana deteve dezenas de militantes do movimento dissidente Damas de Branco, criado por mulheres de opositores ao regime comunista, após o desfile que realizam todos os domingos.

A agenda oficial começa nesta segunda-feira, com uma visita ao Memorial José Martí e uma reunião com Raúl Castro. Um encontro com Fidel Castro não está previsto. O momento mais aguardado por muitos em Cuba será na terça-feira, quando ele fará um discurso, transmitido pela TV, no qual falará diretamente ao povo cubano.

Participação em programa de humor

No sábado, o presidente americano conheceu o senso de humor dos cubanos ao participar de um quadro onde fala por telefone com Pánfilo, famoso personagem do pgorama "Vivir del cuento", da televisão estatal de Cuba.

Em um clipe divulgado pela Casa Branca nas redes sociais, é possível ver o presidente americano em seu escritório assegurando que é o "verdadeiro Obama " em um telefonema com Pánfilo, interpretado pelo ator Luis Silva.

O quadro começa quando Pánfilo quer saber se choverá ou não no dia do amistoso de beisebol entre a seleção cubana e o time americano Tampa Bay Rays, marcado para esta terça-feira.

RPR/rtr/efe/afp