1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Obama confirma que EUA vão ficar mais tempo no Afeganistão

15 de outubro de 2015

Cerca de 5.500 soldados americanos permanecerão no país após 2016. Presidente diz que ajuste "modesto, mas significativo" é necessário devido a despreparo das tropas afegãs.

https://p.dw.com/p/1Gp3t
Foto: Reuters/J. Ernst

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou o plano de estender a presença militar do país no Afeganistão para além de 2016. Ao anunciar a decisão, Obama afirmou que o ajuste "modesto, mas significativo" é necessário para a segurança dos EUA.

Ele reconheceu que as tropas afegãs não estão devidamente preparadas e afirmou que, por isso, decidiu manter os atuais 9.800 militares americanos no Afeganistão durante a maior parte de 2016 e reduzir o efetivo para cerca de 5.500 em janeiro de 2017, quando o seu mandato se encerra.

"Se eles falharem, isso colocará em risco a segurança de todos nós", disse Obama. "Eu não vou permitir que o Afeganistão seja usado como refúgio seguro para terroristas atacarem nossa nação novamente", acrescentou.

A decisão prolonga uma guerra que já se estende por 13 anos e que o presidente havia prometido encerrar antes de deixar a Casa Branca.

Obama disse ainda que tomou a decisão após meses de debates com líderes afegãos, autoridades do Pentágono, comandantes militares e assessores da Casa Branca sobre a melhor maneira de apoiar as forças de segurança do Afeganistão.

Há tempos o governo Obama enfrenta pressão por parte do Pentágono, da oposição e de alguns membros do próprio Partido Democrata para que prorrogue a retirada do Afeganistão. Ela previa a presença de apenas mil militares americanos, baseados na embaixada em Cabul, a partir de 2017.

"Essa não foi a primeira vez que ajustes foram feitos, e provavelmente não será a última. Eu acredito que vamos continuar avaliando os avanços, como o novo presidente também fará", afirmou Obama ao ser questionado se estaria desapontado com a mudança.

A pressão cresceu após os recentes avanços do Talibã. Os radicais intensificaram uma onda de ataques em Cabul e arredores depois da retirada da maioria dos soldados estrangeiros no ano passado, culminando com a tomada de Kunduz, no norte do país, numa ofensiva cuidadosamente orquestrada.

A cidade, aos poucos, está sendo retomada pelas tropas afegãs, mas os constantes combates expuseram a fragilidade das forças de segurança locais perante o Talibã. Nos últimos dias, surgiram novos combates em Ghazni, cidade provincial que fica ao sul de Cabul, na principal ligação entre a capital e Kandahar, maior cidade do sul afegão.

As tropas americanas continuarão treinando e assessorando forças afegãs, mas agora vão focar também em garantir que quaisquer membros restantes da Al Qaeda, vistos como ameaça à segurança dos EUA, sejam combatidos. Sob o novo plano, as tropas serão colocadas em quatro locais: Cabul, Bagram (principal base), Jalalabad e Kandahar.

CN/rtr/ap/afp