Obama diz que pediu a Putin o fim dos ataques cibernéticos
16 de dezembro de 2016O presidente americano, Barack Obama, responsabilizou nesta sexta-feira (16/12) a Rússia pelos ataques cibernéticos ocorridos durante as eleições presidenciais com objetivo de manipular os resultados do pleito e deu a entender que o líder russo, Vladimir Putin, sabia da ação.
"Nada acontece na Rússia sem Vladimir Putin", disse Obama, na Casa Branca, durante sua última coletiva de imprensa do ano. O presidente ressaltou que alertou Putin que haveria sérias consequências se ele não terminasse com os ataques. "Pare com isso", afirmou ter dito ao líder russo na época.
Obama contou que teve essa conversa com o presidente russo durante o encontro do G20 que ocorreu em setembro, na China. Ele defendeu ainda o modo como seu governo tratou a questão para preservar a integridade das eleições e declarou que a candidata democrata Hillary Clinton não foi tratada de forma justa no pleito.
Ele assegurou, no entanto, que o ataque cibernético não afetou a legitimidade das eleições. "Posso garantir ao povo americano que não houve a manipulação dos sistemas de votação que temíamos. Os votos foram contados de maneira apropriada e as máquinas de votação não foram afetadas", afirmou.
Uma investigação da CIA (a agência de inteligência americana) revelou que, durante as eleições, hackers russos invadiram computadores de democratas e republicanos, mas repassaram ao Wikileaks apenas as informações da campanha de Hillary Clinton. Moscou nega ter envolvimento nos ataques.
"Sangue nas mãos"
Durante a coletiva, Obama admitiu que o conflito na Síria foi uma das questões mais difíceis durante os oito anos que esteve no poder e responsabilizou o presidente sírio, Bashar al-Assad, a Rússia e o Irã pelas atrocidades que acontecem no país.
"O mundo, enquanto nós falamos, está unido no terror da ofensiva selvagem promovida pelo regime sírio, pela Rússia e Irã na cidade de Aleppo. Esse sangue e essas atrocidades estão nas mãos deles", ressaltou.
O presidente admitiu que chegou a se questionar se fez tudo o que tinha em seu alcance para acabar com essa guerra. "Há lugares no mundo onde ocorrem atrocidades horríveis e, por causa do meu cargo e por ser presidente dos Estados Unidos, eu me sinto responsável", disse.
O presidente, porém, defendeu a abordagem americana no conflito, que apoiou de longe os rebeldes moderados, descartando que uma intervenção militar seria uma resposta mais adequada à crise. "Fizemos tudo o que poderia ter sido feito", ressaltou.
Obama disse ainda que Assad não pode promover massacres para sua legitimidade. Mais de 310 mil pessoas morreram na Síria desde o início do conflito em 2011.
CN/rtr/afp/ap/efe