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Objeções da Rússia ameaçam realização de reunião sobre a Síria

29 de junho de 2012

Encontro convocado por Kofi Annan corre o risco de não ocorrer devido a falta de acordo prévio sobre o texto-base. Ainda assim, enviado especial da ONU se diz otimista.

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Foto: picture alliance / ZUMAPRESS.com

Objeções da Rússia ao plano do enviado especial da Organização das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, estão ameaçando a realização de uma reunião marcada para este sábado (30/06) em Genebra, segundo diplomatas ouvidos pela agência de notícias AFP.

Governos ocidentais teriam dito a Annan que só participarão do encontro se for alcançado um consenso prévio em torno das propostas para uma transição política na Síria. Segundo a agência de notícias DPA, a Rússia está exigindo mudanças de última hora no esboço formulado por Annan, com o objetivo de eliminar qualquer passagem que possa ser interpretada como um pedido de renúncia ao presidente Bashar al-Assad.

Ainda que o texto formulado por Annan não faça referências a Assad, ele diz que o gabinete de transição, formado por membros do atual governo e pela oposição, excluiria qualquer pessoa cuja presença prejudique o processo de reconciliação nacional. Alguns diplomatas consideram que justamente esta cláusula poderia implicar a saída do poder de Assad.

Apesar das dificuldades, Annan se declarou otimista quanto aos resultados do encontro de ministros do Exterior em Genebra. "Acho que teremos um bom encontro amanhã. Estou otimista", afirmou à Reuters Television.

Os debates terminarão com um resultado aceitável, disse. O encontro prevê a participação dos ministros do Exterior das cinco potências com poder de veto no Conselho de Segurança (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia), além de países da região (Kuweit, Catar e Turquia).

O plano de Annan

Annan prevê uma série de etapas "claras e irreversíveis" para uma transição democrática no país, com um "governo provisório de união".

No documento citado pela AFP, Annan sublinha que "cabe ao povo sírio determinar o futuro do país", mas considera importante o apoio internacional em caso de acordo entre o poder e a oposição.

Ele insiste na necessidade de estabelecer "etapas claras e irreversíveis na transição segundo o calendário previsto", mas não fixa um prazo.

As etapas preveem a instalação de um "governo provisório que possa criar um clima neutro" favorável à transição. Este governo, com poderes executivos, pode incluir "membros do atual governo, da oposição e de outros grupos" não especificados, sendo excluídos aqueles cuja presença possa "prejudicar a credibilidade da transição e pôr em risco a estabilidade e a reconciliação".

AS/dpa/rtr/afp/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer