Chegam os observadores da UE
1 de outubro de 2008Chegou nesta quarta-feira (01/10) à província georgiana da Ossétia do Sul um grupo de observadores da União Européia, com a atribuição de fiscalizar a retirada das tropas russas da região.
Segundo correspondente da agência de notícias AFP, o comboio da UE pôde penetrar na chamada zona neutra em torno da região, após dez minutos de negociações com os vigias russos em Kvenatkosa.
Ainda na véspera, as tropas lá estacionadas haviam confirmado que os observadores só teriam permissão de chegar até "a fronteira sul da zona de segurança".
Saakashvili quer retirada total
Ao todo, cerca de 340 observadores europeus participam das patrulhas para assegurar o acordo de paz. O documento assinado entre Moscou e a União Européia prevê que as tropas russas se retirem até 10 de outubro das zonas neutras em território georgiano, em torno das províncias da Ossétia do Sul e Abkházia.
Durante visita à Geórgia, o encarregado da Política Externa e Segurança Comum da UE, Javier Solana, mostrou-se otimista. Ele está certo de que todos os envolvidos "cumprirão o acordo assinado".
Por sua vez, o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, insistiu que deseja uma retirada completa das tropas russas. "Não estaremos satisfeitos até que o último soldado russo tenha abandonado meu país", declarou nesta terça-feira. Após a guerra-relâmpago em agosto último, Moscou pretende deixar 7.600 militares estacionados na Ossétia do Sul e Abkházia.
Sucesso duvidoso
A missão de observação foi negociada entre o Kremlin e o presidente semestral do Conselho Europeu, o chefe de Estado francês Nicolas Sarkozy. Como bases para as patrulhas, estão previstos quatro pontos, entre os quais a estrategicamente importante Gori e a cidade portuária de Poti, no Mar Negro.
O chefe da operação – da qual participam, ao todo, 25 alemães – é o diplomata alemão Hansjörg Haber. Ele considera difícil a tarefa de impor estabilidade e normalidade, e não conta de forma alguma com sucesso garantido de antemão.
As relações russo-georgianas permanecem congeladas. Uma vez que a Geórgia cortou os laços diplomáticos com Moscou, todos os diplomatas russos abandonaram a capital Tbilisi.