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Ocidente promete armas à Ucrânia, em meio a avanços russos

20 de abril de 2022

Moscou renova ultimato para rendição de soldados ucranianos em Mariupol. Líderes ocidentais se comprometem a enviar novas remessas de armamentos a Kiev. Tropas russas intensificam ataques em nova fase da invasão.

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Mulher passa diante de escombros em Kharkiv, na Ucrânia
Destruição em KharkivFoto: MIGUEL GUTIERREZ/Agencia EFE/IMAGO

A Rússia renovou o ultimato para que os combatentes ucranianos na cidade de Mariupol se rendam e deponham as armas, enquanto suas tropas intensificavam os ataques no leste do país nesta terça-feira (19/04). Em meio ao recrudescimento da ofensiva russa, líderes ocidentais prometeram reforçar a ajuda militar a Kiev.

Milhares de soldados russos, apoiados por ataques de artilharia e de mísseis, avançaram em diversas regiões no leste ucraniano.

Tropas russas tomaram a cidade de Kreminna, a primeira a cair desde o início da nova fase da invasão russa. A localidade de 18 mil habitantes fica no entorno de Lugansk, uma das duas províncias separatistas na região de Donbass.

As tropas invasoras continuam a cercar as forças ucranianas no complexo siderúrgico Azovstal, o último bastião da resistência em Mariupol. Com a aproximação do fim do prazo dado por Moscou para que os soldados ucranianos se rendessem, o Kremlin anunciou uma ampliação do ultimato até esta quarta-feira.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que nenhum soldado ucraniano se entregou até o momento em Mariupol, motivo pelo qual decidiu dar mais tempo para uma possível rendição. Entretanto, os comandantes da resistência ucraniana prometeram não desistir.

Mapa mostra avanços das tropas russas na Ucrânia

O cerco a Mariupol teve início nos primeiros dias da invasão russa. Dezenas de milhares de pessoas ainda estão presas na cidade, sem acesso a água ou alimentos. O governo ucraniano afirma que mais de 20 mil pessoas morreram em razão dos intensos bombardeios.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que a situação em Mariupol é a pior possível, e acusou a Rússia de bloquear todas as tentativas de organizar corredores humanitários para permitir a retirada de civis.

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse que Moscou avança "metodicamente" em seus planos para "liberar" as províncias de Lugansk e Donetsk. Moscou exige que o domínio dessas duas regiões seja entregue aos grupos separatistas que realizam uma insurgência em Donbass desde 2014.

Kharkiv, a segunda maior cidade do país, também foi atingida por bombardeios nesta terça-feira. Autoridades locais disseram que os ataques, que destruíram edifícios residenciais e outras estruturas, mataram ao menos quatro pessoas e feriram outras 14.

Ocidente promete reforçar ajuda militar

Após uma reunião por videoconferência entre os líderes de diversas nações ocidentais, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá prometeram enviar à Ucrânia novas remessas de armamentos para reforçar as defesas do país.

"Continuaremos a fornecer mais munição, enquanto enviamos mais assistência militar", disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Ela afirmou ainda que novas sanções contra Moscou estão sendo preparadas.

O presidente americano, Joe Biden, deve anunciar nos próximos dias um novo pacote de ajuda militar semelhante ao da semana passada, no valor de 800 milhões de dólares.

A Alemanha se comprometeu a enviar sistemas de defesa antitanque e antiaérea, além de financiar compras de armamentos por parte do governo ucraniano.

Zelenski, no entanto, criticou a demora dos países ocidentais em fornecer ajuda ao país. "É injusto que a Ucrânia tenha que pedir armamentos que estão encostados há anos nos depósitos de nossos parceiros", afirmou.

rc/lf (Reuters, DPA)