Olaf Scholz foi espionado pela Stasi
14 de janeiro de 2022A polícia secreta da Alemanha Oriental espionou por anos o atual chanceler federal alemão, Olaf Scholz, na década de 80 chegando segui-lo na Alemanha Ocidental, em Hamburgo, onde residia na época, segundo reportagem publicada pelo tabloide Bild.
Scholz, que era então advogado, viajou várias vezes para a antiga Alemanha Oriental como líder da Jusos, a organização jovem de seu Partido Social-Democrata (SPD).
Scholz, que assumiu o cargo como sucessor de Angela Merkel em dezembro, disse que a reportagem do jornal não foi uma surpresa. "Claro, estou ciente do fato de que fui espionado", afirmou nesta quinta-feira (13/01). "Não é bonito, mas é como é."
De acordo com os documentos da Stasi, a política secreta alemã-oriental, consultados pelo Bild, os agentes identificaram Scholz como um "profissional político da velha escola, que tem muita influência". Eles instruíram seus colegas a dar a Scholz e seus companheiros um tratamento especial, como "vistos para Berlim, sem taxas" e "desembaraço educado, sem controle alfandegário". Ele também foi autorizado a entrar sem pagar a taxa de câmbio de moeda a uma coversão favorável.
Dados repassados à KGB
O futuro chanceler também foi espionado, junto com uma dúzia de outros colegas do SPD, quando retornou a Hamburgo. Algumas dessas informações também foram repassadas à polícia secreta soviética, a KGB. A KGB trabalhava em estreita colaboração com a Stasi e até mantinha um escritório em Berlim.
Ao longo dos anos 80, a Stasi tinha mais de 3 mil informantes na Alemanha Ocidental, fornecendo à polícia secreta da Alemanha Oriental informações sobre figuras políticas e empresários proeminentes, assim como artistas, intelectuais, ativistas e até mesmo pessoas comuns.
Scholz não comentou se ele também já tinha visto os documentos. Agora com 63 anos, o agora chanceler alemão se juntou à organização jovem do SPD em meados da década de 1970 e foi vice-presidente do grupo a partir de 1982 a 1988.
md (DPA, AFP)