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OMC alerta sobre risco de guerra comercial

5 de março de 2018

Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio afirma que conflito pode levar a profunda recessão e pede que países evitem escalada de barreiras comerciais. Tensão cresce após decisão dos EUA sobre taxação do aço.

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Roberto Azevêdo
Roberto Azevêdo faz alerta após reunião especial que tratou das recentes tensões comerciais Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/S. Di Nolfi

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, alertou nesta segunda-feira (05/03) sobre o risco de uma guerra comercial consequente de decisões protecionistas e afirmou que um conflito deste tipo poderia levar o mundo a uma "profunda recessão".

"À luz dos recentes anúncios sobre medidas de política comercial, é claro que agora vemos um risco muito maior e real de desencadear uma escalada de barreiras comerciais em todo o mundo", afirmou Azevêdo, numa reunião especial que tratou das recentes tensões comerciais após a decisão dos Estados Unidos de anunciar um aumento nas tarifas de importação de aço e alumínio.

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"Não podemos ignorar este risco e peço a todas as partes que considerem e reflitam profundamente sobre esta situação. Uma vez que tomarmos esse caminho, será muito difícil mudar de direção. O olho por olho nos deixará todos cegos e o mundo em profunda recessão", acrescentou o diplomata brasileiro.

Após a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, vários países anunciaram que não ficariam com os braços cruzados e que estabeleceriam tarifas e barreiras comerciais a produtos dos Estados Unidos, o que fez crescer o medo generalizado de uma guerra comercial mundial. Em resposta, o Trump disse que as guerras comerciais "são boas e fáceis de vencer".

"Temos que fazer um esforço para evitar a queda das primeiras peças do dominó. Ainda temos tempo", destacou Azevêdo, mostrando a profunda preocupação da OMC, o órgão que rege o comércio mundial, com o atual impasse.

Taxação e protesto

Trump anunciou na quinta-feira que pretende impor tarifas de 25% nas importações de aço e 10% nas de alumínio, materiais que são essenciais para os setores de construção e manufatura. Em justificativa à ação, ele afirmou que as taxas protegem os produtores americanos e devem fomentar a criação de postos de trabalho. 

A União Europeia (UE) e diversos países, como China, Brasil, México, Canadá e Índia, alertaram que a decisão dos EUA pode provocar um efeito dominó e pedem que o governo americano reveja a taxação.

No Brasil, o anúncio de Trump provocou um protesto nesta segunda-feira em frente ao Consulado dos EUA em São Paulo e levou a suspensão dos serviços consulares, incluindo a emissão de vistos.

Organizado pela Força Sindical, o protesto contra a taxação do aço e do alumínio reuniu um pequeno grupo de manifestantes. A central sindical afirma que a decisão americana vai afetar a produção e a criação de empregos no Brasil.

A polícia militar fez um cordão para impedir a entrada de pessoas no local. O consulado suspendeu as atividades e afirmou que os vistos que seriam emitidos nesta segunda-feira serão remarcados.

CN/efe/rtr/afo/abr

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