OMS aprova uso emergencial de vacina da Moderna
1 de maio de 2021A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a aprovação de emergência à vacina contra a covid-19 desenvolvida pala Moderna.
Esta vacina por RNA mensageiro "junta-se à lista crescente de vacinas validadas pela OMS para uma utilização de emergência", afirmou a organização, num comunicado divulgado na noite de sexta-feira (30/04).
A OMS já aprovou as vacinas da Pfizer-BioNTech, os dois soros AstraZeneca fabricados na Índia e na Coreia do Sul e o da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. É esperada em breve uma decisão, provavelmente na próxima semana, para as duas vacinas chinesas Sinopharm e Sinovac.
Este procedimento ajuda os países que não dispõem de meios para determinar por si próprios a eficácia e segurança de um medicamento a ter acesso mais rápido a terapias.
Também permite que o inoculante seja incorporado ao consórcio Covax Facility, criado pela OMS e parceiros visando distribuir vacinas contra a covid-19 em nações desfavorecidas.
O Brasil é um dos beneficiários do consórcio. Nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde informou que o país receberá do Covax um lote de 4 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford até este domingo.
Eficácia de 94,1%
O produto desenvolvido pela farmacêutica Moderna, uma pioneira em vacinas contra o coronavírus, tem características muito semelhantes ao inoculante criado pela Pfizer-BioNTech, com uma eficácia de 94,1%. O imunizante soro americano é autorizado na União Europeia, na América do Norte, no Reino Unido e em alguns outros países, como Israel e Singapura.
A OMS destacou que a vacina da Moderna já foi analisada em 21 de janeiro pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (Sage, na sigla em inglês), responsável por fazer recomendações sobre vacinas, estejam ou não aprovadas pela OMS. O Sage recomendou o uso do inoculante por todos os grupos etários a partir dos 18 anos.
Os especialistas da OMS aconselham a administração de duas doses da vacina Moderna com um intervalo de 28 dias, mas consideram que a segunda injeção pode "ser adiada por 42 dias" – seis semanas – em caso de circunstâncias excecionais, como um elevado número de casos da doença num país ou a falta de vacinas.
O anúncio da aprovação para uso emergencial da OMS ocorre um dia depois de a Moderna ter revelado que pretende acelerar o ritmo de produção e espera "aumentar a capacidade de produção global para três mil milhões de doses em 2022", o equivalente a cerca do dobro do que estava previsto.
A empresa vai investir nas suas subcontratadas europeias, a suíça Lonza, que fabrica o princípio ativo, e a espanhola Rovi, que prepara a vacina.
md (Lusa, ots)