OMS prevê 20 mil casos de ebola até novembro
23 de setembro de 2014O número de infectados por ebola no oeste africano, atualmente em 5.800, pode subir para 20 mil até novembro se as medidas adequadas para combater o vírus não forem tomadas, alertou nesta terça-feira (23/09) a Organização Mundial da Sáude (OMS).
A previsão aparece num estudo feito em conjunto pela OMS e a universidade britânica Imperial College London. Até agora, a maior epidemia de ebola da história já matou cerca de 2.800 pessoas, a maioria em Serra Leoa, Libéria e Guiné.
"Sem melhorias drásticas nas medidas de controle, espera-se que o número de casos e mortes por ebola continue a subir em milhares por semana nos próximos meses", diz o estudo.
A novidade trazida pelo estudo está em que, poucas semanas atrás, acreditava-se que os 20 mil casos seriam alcançados apenas entre fevereiro e março do próximo ano, e não em pouco mais de um mês.
O caráter excepcionalmente amplo da atual epidemia se deve, segundo o estudo, às características da população infectada, às condições dos sistemas de saúde e ao fato de os esforços para frear a transmissão terem sido insuficientes até agora.
Os pesquisadores destacam também o fato de os habitantes de Serra Leoa, Libéria e Guiné estarem altamente interconectados; o amplo trânsito além da fronteira no epicentro do surto; as conexões viárias relativamente fáceis entre as cidades; assim como a densidade demográfica nos três países.
Sob controle em dois países
Na segunda-feira, a OMS anunciou que dois dos cinco países afetados pela epidemia, Nigéria e Senegal, estão conseguindo conter o avanço da doença, embora o número total de mortos tenha subido.
"No geral, as epidemias no Senegal e na Nigéria estão praticamente contidas", diz um comunicado do escritório da OMS na África.
O estudo divulgado nesta segunda-feira cita também como fator determinante para que a doença tenha se espalhado os sistemas sanitários precários de Serra Leoa, Libéria e Guiné. E lembra o caso da Nigéria, que, com um melhor sistema de saúde, pôs rapidamente sob controle os casos de infecção.
Um surto separado de ebola, aparentemente não ligado à epidemia do oeste africano, já matou 41 pessoas na República Democrática do Congo. Até 18 de setembro, 68 casos haviam sido relatados no país.
RPR/rtr/afp/dpa