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Onda de calor "Lúcifer" atinge sul e leste da Europa

5 de agosto de 2017

Vários países registram temperaturas acima de 40°C, e onda de calor deve continuar. Ao menos três pessoas morrem, duas delas na Romênia e uma na Polônia.

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Crianças brincam em chafarizes em parque de Nice, no sul da FrançaFoto: Reuters/E. Gaillard

Partes do sul e do leste da Europa foram assoladas por temperaturas acima de 40°C nesta sexta-feira (04/08) devido a uma onda de calor que foi batizada de Lúcifer pela imprensa italiana. As altas temperaturas provocaram incêndios florestais, desencadearam alertas climáticos e prejudicaram lavouras.

A Itália, partes da França e da Espanha e os países dos Bálcãs foram os mais afetados, mas áreas mais ao norte, como o sul da Polônia, também sofreram com temperaturas anormalmente altas. O serviço meteorológico europeu Meteoalarm emitiu alertas "vermelhos" para dez países.

Hitzewelle Montenegro
Termômetro de rua marca 47ºC em Montenegro, nos BálcãsFoto: Reuters/S. Vasiljevic

Ao menos três pessoas morreram devido ao calor – duas na Romênia e uma na Polônia – e muitas foram internadas em hospitais com insolação e outros males relacionados ao calor. A última onda de calor similar, ocorrida em 2003, provocou 20 mil mortes.

Durante a semana passada, várias cidades já vinham registrando altas temperaturas. Córdoba, na Espanha, registrou 42°C na quinta-feira. Na quarta-feira, os termômetros em Split, na Croácia, marcaram 42,3°C.  Na Albânia, 300 bombeiros e soldados lutaram para conter 75 incêndios florestais, e a nação pediu ajuda emergencial à União Europeia.

Os bombeiros também estão ocupados na Sérvia, na Bósnia, na Macedônia e na Croácia, e as autoridades aconselharam as pessoas a permanecerem em casa e consumirem mais água.

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Bombeiros jogam água de avião para combater incêndio em Carros, perto de Nice, no sul da FrançaFoto: Reuters/E. Gaillard

Plantações

A expectativa é que as temperaturas continuem em torno de 40°C  até a próxima semana. Vinicultores italianos começaram a colheita semanas antes do habitual devido ao calor extremo. Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food, escreveu no jornal La Stampa que não há registro de a safra de vinho ter tido início antes de 15 de agosto.

"A saúde das uvas é severamente testada por este clima", escreveu Petrini, acrescentando que os vinicultores correm o risco de encontrar a fruta "cozida pelo sol e pelo calor escaldante".

As autoridades italianas emitiram alertas de risco climático para 26 cidades, incluindo os polos turísticos de Veneza e de Roma, onde muitas das fontes foram desligadas devido a uma seca persistente.

Já o serviço meteorológico de Espanha emitiu um alerta de emergência devido a altas temperaturas para 31 das 50 províncias, já que estão previstas registros de até 44ºC.

JPS/rtr/lusa