ONU acusa regime sírio por ataque químico
27 de outubro de 2017A ONU acusou o regime do presidente Bashar al-Assad de ser o responsável por um ataque químico à cidade de Khan Cheikhoun no início de abril. Essa é a conclusão da investigação sobre o caso, cujo relatório foi enviado nesta quinta-feira (27/10) ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"O grupo [de peritos] está convencido de que a República Árabe Síria é responsável pelo uso de sarin em Khan Cheikhoun, em 4 de abril de 2017", afirmou o relatório da investigação, conduzida por especialistas da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq).
Os especialistas concluíram que um avião militar sírio jogou uma bomba com gás sarin na cidade da província de Idlib, que é controlada por rebeldes. O ataque deixou ao menos 83 civis mortos, a maioria mulheres e crianças.
A investigação confirmou as suspeitas iniciais de França, Estados Unidos e Reino Unido. "O relatório confirma o que há muito tempo sabemos ser verdade", disse em comunicado a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
"Tivemos várias confirmações independentes do uso de armas químicas pelo regime de Assad. E, apesar desses relatórios independentes, vemos alguns países protegendo o regime", acrescentou Haley, em referência à Rússia, e pediu ao Conselho de Segurança que envie uma mensagem clara de que o uso de armas químicas não será tolerado.
O ataque em Khan Cheikhoun foi condenado pela comunidade internacional e motivou o primeiro ataque aéreo de Washington contra o regime de Assad. Os Estados Unidos bombardearam a base aérea síria de onde se acreditava que tenha partido o caça que lançou o ataque químico.
A Síria sempre negou ter usado armamento químico no bombardeio. Assad e a Rússia alegam que o regime atingiu, por engano, um depósito usado pelos rebeldes para armazenar seu arsenal químico. O governo sírio alega ter entregado seu arsenal do tipo à Opaq em 2013.
Os especialistas da ONU já tinham acusado o regime de Assad de utilizar armas químicas em várias ocasiões entre 2014 e 2015. O Estado Islâmico também foi acusado de fazer uso desse tipo de armamento.
No início de setembro, a comissão de inquérito da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Síria já tinha responsabilizado o regime sírio pelo ataque em Khan Cheikhoun.
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