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ONU aprova envio de observadores à Síria

14 de abril de 2012

Conselho de Segurança chega a primeira resolução sobre crise na Síria, com aval da Rússia e da China. Embaixadores da ONU questionam compromisso do governo Assad com cessar-fogo.

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Foto: Reuters

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidade neste sábado (14/04) o envio de até 30 observadores não armados à Síria. O objetivo da missão é monitorar o frágil cessar-fogo em vigor desde a última quinta-feira. Esta é a primeira resolução sobre a crise síria que o Conselho consegue aprovar. A decisão exige unanimidade, e as duas tentativas anteriores haviam esbarrado no veto da Rússia e da China.

De acordo com oficiais da ONU, os observadores partiram rumo a Damasco dentro de poucas horas. A resolução também exige que o governo sírio "implemente visivelmente" os compromissos acordados no plano de paz do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, incluindo a retirada de todas as tropas e armas pesadas das cidades sírias.

Na decisão, a ONU também pede que o presidente sírio, Bashar al-Assad, e a oposição ao regime garantam a segurança da equipe de observadores, sem prejudicar sua liberdade de circulação e de acesso. O documento salienta que cabe ao governo sírio a responsabilidade primária pela segurança dos enviados internacionais.

Resistência russa

A resolução havia sido aguardada para esta sexta-feira, mas foi detida por objeções da Rússia à maior parte do texto. "Mudanças significativas foram feitas para torná-lo mais equilibrado", afirmou o embaixador russo na ONU, Vitaly Tchurkin.

Rússia e China haviam vetado as duas últimas tentativas do Conselho de Segurança para aprovar uma resolução sobre a crise a qual, de acordo com a ONU, deixou mais de 9 mil mortos na Síria. Uma nova resolução será necessária para aprovar a missão integral de vigilância, com a participação de mais de 200 observadores.

Dúvidas sobre cessar-fogo

O embaixador francês na ONU, Gérard Araud, disse que enviar essa missão prévia "testará se a Síria está levando seus compromissos a sério", antes da autorização da missão integral. Ataques de forças do regime a civis na cidade de Homs neste sábado levantaram dúvidas sobre as intenções do governo Assad, disse Araud.

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Embaixador russo na ONU, Vitaly TchurkinFoto: AP

A resolução da ONU veio "somente depois de a população síria ter sofrido uma brutalidade inimaginável durante mais de um ano, nas mãos de um regime que priorizou sua própria sobrevivência", declarou o embaixador do Reino Unido na ONU, Mark Lyall Grant. O russo Tchurkin destacou que os observadores estão diante de um difícil desafio. "Eles precisarão de uma boa dose de profissionalismo, coragem e objetividade."

O Conselho de Segurança encarregou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de elaborar um relatório sobre o trabalho inicial dos observadores até a próxima terça-feira e fazer recomendações para a implementação da missão integral até o dia seguinte.

LPF/afp/rtr
Revisão: Augusto Valente