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ONU rejeita anistia a crimes de guerra na Síria

1 de fevereiro de 2016

Em meio às negociações entre o regime e a oposição em Genebra, alto comissário das Nações Unidas diz que anistia a crimes de guerra e contra a humanidade não é meio válido para se chegar à paz no país.

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Al-Hussein: "Onde há crimes de guerra e contra a humanidade, a anistia não é permitida"
Al-Hussein: "Onde há crimes de guerra e contra a humanidade, a anistia não é permitida"Foto: Getty Images/AFP/F. Coffrini

O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, afirmou nesta segunda-feira (01/02) que ninguém deve considerar uma anista aos que têm cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade no conflito sírio.

Al-Hussein, que está em Genebra para negociações de paz na Síria, condenou o cerco das forças do governo e de grupos rebeldes a mais de 15 cidades sírias, incluindo Madaya, onde civis têm morrido de fome. "Além de um crime de guerra, é um crime contra a humanidade, se provado na Justiça."

"Estimamos que dezenas de milhares de pessoas permanecem presas arbitrariamente, e está claro que elas precisam ser liberadas", acrescentou o alto comissário, em entrevista na cidade suíça.

Segundo Al-Hussein, as negociações de paz sobre o conflito na Síria precisam continuar e garantir, de forma rápida, o fim da violência. "Naturalmente, depois de cinco anos desse terrível espetáculo no qual sírios são submetidos a execuções públicas, esperamos e rezamos para que os acordos coloquem um ponto final nesses horríveis abusos."

Al-Hussein alertou ainda que, durante negociações de paz, é comum que anistias sejam oferecidas aos piores tipos de crimes. "Em algumas circunstâncias, quando se quer o fim de um conflito, pensa-se na anistia e há muitas discussões sobre isso", disse ele. "No caso da Síria, estamos lá para lembrar a todos que, onde há denúncias de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade, a anistia não é permitida", concluiu o alto comissário da ONU.

Estima-se que, desde o início do conflito no país, em 2011, mais de 250 mil pessoas foram mortas e metade da população síria foi obrigada a deixar suas casas.

EK/afp/efe/rtr