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Obama na Europa

6 de junho de 2009

Obama encerra sua viagem à Europa na França, onde comemora os 65 anos do Dia D. Em passagem anterior pela Alemanha, seu encontro com a premiê Merkel espelhou a mera objetividade das relações teuto-americanas.

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Nenhum assunto novo, e amigos próximos eles nunca serão mesmo – assim se poderia resumir o encontro entre a premiê alemã, Angela Merkel, e o presidente norte-americano, Barack Obama. As relações teuto-americanas são boas e estáveis; politicamente, não há razão para divergências sérias de opinião. Seja quanto à crise econômica, ao conflito no Oriente Médio ou à proteção do clima: em termos gerais, Merkel e Obama estão em acordo, cooperando de forma construtiva.

O governo alemão apoia os planos de Obama; ele, por sua vez, elogia as contribuições alemãs, mesmo sem muito entusiasmo. Não há desavenças, mas também nenhum projeto de cooperação realmente inflamado. A mudança de governo na Casa Branca até agora não trouxe impulsos novos para as relações teuto-americanas.

Quem quiser encontrar alguma questão internacional na qual Obama atribua à Alemanha um papel especial não vai encontrar. Pelo menos durante sua visita ao país, na sexta-feira (05/06), ele não mencionou nenhuma. A mensagem de Obama é que a Alemanha é uma parceira importante para os EUA – entre muitos outros países.

No nível pessoal, a objetividade também dominou. Merkel declarou que é um prazer cooperar com Barack Obama. Mas não conseguiu esconder certa rigidez e um olhar um tanto sério, como se estivesse falando do combate ao terrorismo. Na coletiva de imprensa conjunta, Obama foi evidentemente a estrela – descontraído e amigável, espontâneo e retoricamente brilhante. Ao lado dele, a chanceler federal dava uma impressão exageradamente solícita e pouco inspirada. Os estilos políticos de ambos não poderiam ser mais distintos.

A gestualidade da premiê revelava que ela não estava se sentindo especialmente bem ao lado do carismático Obama. Os olhares de ambos raramente se cruzaram, faltaram gestos espontâneos de cordialidade. As apologias que George W. Bush derramava sobre Merkel pertencem ao passado. Obama aprecia os parceiros europeus, mas está mais preocupado com outras regiões – desde o Oriente Médio até o Afeganistão.

Além disso, ao programar sua visita à Alemanha, o presidente norte-americano seguiu sobretudo interesses estratégicos próprios, e não a sensibilidade dos anfitriões. Entre seu discurso no Cairo e a participação no ato de memória ao desembarque dos aliados na Normandia, não teriam sido apropriadas imagens festivas de Berlim. A visita a Dresden e ao antigo campo de concentração de Buchenwald, por sua vez, combinaram mais com a dramaturgia da viagem.

No geral, esta foi uma visita altamente incomum de um presidente americano à Alemanha, sem deixar de oferecer a ambas as partes – no entanto – a chance de se conhecer melhor.

Autora: Nina Werkhäuser
Revisão: Augusto Valente