Em 27 de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou oficialmente sobre o potencial para virar pandemia da atual doença por coronavírus, Covid-19.
Mas quando a OMS vai proclamar oficialmente o status de pandemia? Muitas pessoas se perguntam: cidadãos, médicos, especialistas do setor de saúde e hospitais. A resposta é: nunca.
De forma amplamente despercebida pelo público, a OMS se despediu de seu sistema de alerta em seis estágios. Nele, certo nível de avanço ainda era definido como uma "pandemia".
Agora tudo mudou: cientistas ou historiadores podem avaliar, em retrospecto, se um patógeno é endêmico ou se espalha sob a forma de uma epidemia ou pandemia. Já a OMS declara apenas um status de emergência, a Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC, na sigla em inglês). Esse é o nível máximo e único de alerta internacional. Desde o final de janeiro, ele já se aplica à Covid-19.
Todos os níveis adicionais de escalonamento são de responsabilidade das autoridades de saúde nos respectivos países, estados ou regiões.
O fato de até médicos e especialistas com os quais a DW falou não estarem cientes disso mostra que a comunicação de organizações internacionais e nacionais de saúde em situações de crise ainda precisa melhorar muito.
Aparentemente, ninguém é melhor que ninguém. Assim, até mesmo algumas autoridades do setor de saúde precisam correr atrás de suas informações no mesmo local que nós, jornalistas. Uma autoridade alemã perguntou à DW, por exemplo, onde obtivemos os números de pacientes doentes e recuperados em todo o mundo. A resposta: de uma renomada universidade americana.
Alguém pode até reclamar sobre essa situação aparentemente caótica de informação, mas no que isso ajuda? É melhor entender que, em tempos de propagação tão rápida de um vírus, as informações de ontem já podem estar desatualizadas.
E se tudo isso recebe o atributo de "epidemia", "pandemia" ou "potencial de virar pandemia" é, em última análise, uma discussão sobre o sexo dos anjos. A única coisa importante é que os responsáveis – médicos, enfermeiros, autoridades de saúde, mas também cidadãos comuns – ajam de forma sensata e correta em suas regiões.
E para a maioria de nós, isso significa acima de tudo: primeiramente, evite grandes aglomerações e lave as mãos regularmente. E se houver sintomas de resfriado ou gripe, é melhor ficar em casa do que se arrastar para trabalhar doente devido a um senso equivocado de responsabilidade.
Então: não corra logo para o médico e espalhe o vírus pelo consultório, mas ligue antes e peça conselhos por telefone.
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