Barack Obama
9 de outubro de 2009Mas que sensação: Barack Obama, o homem que há menos de um ano conduz os destinos da superpotência Estados Unidos, é agraciado com o Prêmio Nobel da Paz logo no seu primeiro ano de mandato.
Maior não poderia ser o voto de confiança para o homem que carrega a esperança do mundo. E ainda assim o prêmio não caiu do céu. Em menos de um ano, Obama devolveu ao mundo a esperança na liderança moral dos Estados Unidos.
Ele é o político que mostra, a todas as pessoas no mundo, a luz no fim do túnel. Suas concepções mostram um mundo livre de armas nucleares, uma coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos e um mundo que volta a tratar de suas reservas naturais com o cuidado necessário.
Com isso, Obama trouxe de volta à realpolitik a perspectiva de um mundo melhor e mais pacífico. Obama dá a milhões de pessoas em todo o mundo a sensação de que este planeta abalado por crises ainda não está perdido, seja na África, onde sua imagem enfeita simples cabanas, seja nas luxuosas salas na Europa, onde se tinha perdido completamente a confiança nos Estados Unidos de Bush.
Nos poucos meses de seu primeiro mandato, Obama encontrou claras palavras de respeito ao Islã em seu notável pronunciamento no Cairo.
Ele estendeu um ramo de oliveira ao Irã e indicou que também o conflito sobre o programa nuclear do país pode ser resolvido por meio do diálogo.
Seus esforços para retomar o desarmamento nuclear – ao lado de Moscou – ele confirmou de forma convincente ao desistir do projeto do escudo antimísseis no Leste Europeu.
E um de seus antecessores como ganhador do Prêmio Nobel, seu conterrâneo Al Gore (em 2007), pode ver em Obama, com razão, um sucessor digno, porque o presidente iniciou uma virada na política ambiental e climática dos Estados Unidos.
E ainda assim a escolha de Obama deixa um certo sabor ruim. Por mais que se possa compreender a profunda reverência diante das nobres intenções deste homem extraordinário, suas ações ainda são modestas em relação às suas grandes palavras.
Isso naturalmente não podia ser diferente neste curto espaço de tempo. Contudo, Barack Obama ainda não resolveu o conflito nuclear com o Irã nem conseguiu acabar com a guerra no Afeganistão.
O processo de paz no Oriente Médio continua exigindo um novo impulso, da mesma forma como a conturbada relação com a potência nuclear Coreia do Norte. E também em relação à nova superpotência China há mais nuvens escuras do que esperança no horizonte.
Por isso, a atribuição do Nobel da Paz a Barack Obama é menos um balanço do passado e mais uma aposta no futuro. O agraciado deveria vê-lo como um estímulo e um voto de confiança. O mundo precisa mais do que nunca de um representante da esperança.
Autor: Daniel Scheschkewitz
Revisão: Alexandre Schossler