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Oposição congela as reformas de Schröder

(am)7 de novembro de 2003

O projeto de reformas do governo alemão empacou. Com a sua maioria na câmara alta, a oposição vetou os projetos fundamentais da Agenda 2010. Agora, a comissão mediadora decidirá o futuro das reformas alemãs.

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Manifestação contra as reformas, diante do Bundesrat em BerlimFoto: AP

Os mais importantes projetos de lei do pacote de reformas do governo federal alemão, que deveriam entrar em vigor no próximo ano, estão agora nas mãos da comissão mediadora entre o Parlamento (Bundestag) e o Conselho federal (Bundesrat).

Com a sua maioria de votos na câmara alta, que representa os governos estaduais no Legislativo federal, a oposição democrata-cristã (CDU-CSU) rechaçou os planos da coalizão social-democrata e verde, de antecipar para o ano que vem a terceira fase da reforma tributária, além do projeto de reestruturação do mercado de trabalho.

Chanceler decepcionado

O resultado da votação foi recebido com decepção pelo chanceler federal Gerhard Schröder: "A União (Democrata Cristã) decidiu-se entretanto pelo bloqueio. Como disse, lamento muito isto e espero que nós possamos superar este bloqueio, através de uma coalizão de sensatez." Schröder renovou a sua oferta para negociação com os líderes da oposição. O chanceler insistiu na urgência de um compromisso: "Necessitamos de um esclarecimento até o início de dezembro."

O bloqueio oposicionista estendeu-se também a outras partes do projeto de reformas do ministro das Finanças Hans Eichel. Ele atingiu também a reforma do financiamento dos municípios, a anistia temporária para sonegadores que pagarem seus impostos a posteriori, o aumento do imposto sobre o tabaco, assim como medidas para cobrir parte do déficit orçamentário, como o corte da subvenção às despesas de transporte entre casa e trabalho, assim como dos subsídios para a aquisição de casa própria.

Caso tais reformas sejam rechaçadas terminantemente, todo o projeto orçamentário do ministro Hans Eichel para 2004 ruirá como um castelo de cartas. A receita projetada pelo governo de Berlim não poderia ser lograda sem a aprovação das reformas citadas: o déficit orçamentário seria então ainda maior que o esperado.

Oposição disposta a compromissos

A oposição rejeita a oferta de conversações feita pelo chanceler Gerhard Schröder. Os líderes oposicionistas preferem que as negociações sejam feitas no âmbito da comissão mediadora entre o Bundestag e o Bundesrat. De sua parte, o governador de Hessen, Roland Koch, assegurou que os democrata-cristãos não fecharão a questão: "Declaramos expressamente que estamos interessados em fazer um acordo. Vemos possibilidade de entendimento em alguns pontos. E, em outros, há obstáculos difíceis entre nós."

O governador da Baviera e ex-candidato oposicionista a chanceler, Edmund Stoiber, esclareceu as razões da oposição para não aprovar a antecipação da reforma tributária, que deveria trazer um alívio de mais de 15 bilhões de euros aos contribuintes alemães. Stoiber considera a reforma uma boa medida para impulsionar a conjuntura econômica, em princípio, mas tem reservas quanto ao seu financiamento: "Nós desejamos a antecipação dessa reforma tributária. Queremos possibilitá-la. Mas com um outro financiamento, não com um financiamento a crédito. Isto é inteiramente impossível."