Oposição síria concorda em negociar paz com Assad
18 de janeiro de 2014O principal grupo de oposição síria, a Coalizão Nacional Síria, anunciou neste sábado (18/01) que irá comparecer à conferência sobre a paz na Síria que ocorrerá na próxima quarta-feira (22/01), na Suíça. A participação do grupo foi aprovada por votação ao final do segundo dia de reuniões de opositores ao governo sírio na Turquia.
Ao todo, 58 delegados votaram a favor da participação na convenção, 14 votaram contra e um não votou. A conferência chamada de Genebra 2 está marcada para a quarta-feira na cidade suíça de Montreux e contará com a presença de representantes do presidente sírio, Bashar al-Assad.
"Esta foi uma decisão difícil para todos os membros da coalizão, porque é difícil sentar com os assassinos do povo sírio", afirmou Khaled al-Saled, porta-voz do grupo de oposição. "Já falamos isso antes e agora repetimos, o objetivo de qualquer solução política precisa ser a instalação de um governo de transição do qual Assad não faça parte", determinou Saled.
Esta será a primeira vez que governo e oposição síria, sob supervisão de mediadores internacionais, vão se sentar à mesa de negociações desde o início do conflito armado do país, em março 2011. Mais de 130 mil pessoas já morreram nos confrontos.
Trabalho de bastidores
Diplomatas turcos e de países ocidentais atuaram nos bastidores junto a integrantes da oposição e rebeldes islamistas a fim de convencê-los a participar da conferência pela paz. Na última sexta-feira, o ministro sírio do Exterior, Walid Moallem, afirmou que seu governo está pronto para negociar um acordo de cessar-fogo com as forças da oposição no norte de Aleppo. E também pronto para estabelecer a troca de prisioneiros dos dois lados.
Baseada na Turquia, a Coalizão Nacional Síria tem pouca influência em território sírio, onde muitos rebeldes se opõem com veemência a qualquer participação em negociações com o governo. O braço armado da coalizão, o Conselho Supremo Militar, tem sido ofuscado por islamistas rebeldes e combatentes do Al Qaeda.
MSB/dpa/afp