Organizadores da Copa de 2006 reagem a denúncia
19 de outubro de 2015O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, reiterou nesta segunda-feira (19/10) que a entidade não está envolvida num suposto esquema de compra de votos da Fifa para que a Alemanha sediasse a Copa do Mundo de 2006.
A existência de um caixa 2 de 10,3 milhões de francos suíços foi revelada na última sexta-feira pela revista Der Spiegel. Segundo a reportagem de capa, intitulada Conto de fadas de verão destruído,o comitê responsável pela candidatura alemã subornou membros asiáticos do comitê executivo da Fifa. A eleição realizada em 2000 terminou com 12 votos para a Alemanha, 11 para a África do Sul e uma abstenção.
Segundo a revista, Niersbach e outros funcionários do alto escalão do futebol alemão sabiam do esquema, que movimentou 6,7 milhões de euros.
"O conto de fadas de verão não está destruído, porque eu novamente digo: não houve nenhum caixa 2 nem compra de votos", afirmou o presidente da DFB a jornalistas em coletiva de imprensa em Dortmund, assinalando que é preciso esclarecer que fim teve a transferência milionária.
Na última sexta-feira, a DFB reconheceu em nota a existência do pagamento de 6,7 milhões de euros para a Fifa em abril de 2005 e que o dinheiro possivelmente não teve o fim a que se destinava. A federação alemã negou, porém, que o dinheiro tivesse alguma relação com a escolha da sede da Copa de 2006, cinco anos antes.
O advogado da DFB, Christian Schertz, afirmou que a reportagem da Der Spiegel não traz provas e ameaçou pedir indenização à revista.
Neste domingo, o ex-presidente do comitê organizador da Copa do Mundo de 2006 Franz Beckenbauer também rejeitou as acusações da revista.
"Não enviei dinheiro a ninguém para que a Alemanha conseguisse votos para sediar a Copa do Mundo de 2006", afirmou o ex-craque alemão. "E tenho certeza de que nenhum membro do comitê de candidatura fez isso."
O Ministério Público alemão em Frankfurt informou que, diante das acusações, está sendo analisado se há uma suspeita que justifique investigação criminal. "Estamos apenas no início, não iniciamos qualquer investigação. Isso irá acontecer se a suspeita inicial for confirmada", declarou a procuradora Nadja Niesen.
KG/dpa/Sid/ots