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Organizações islâmicas condenam atos terroristas em Paris

16 de novembro de 2015

Declaração conjunta de nove associações muçulmanas na Alemanha afirma que atentado "foi um ataque contra nós" e se solidariza com famílias das vítimas. "A sua dor é a nossa dor", afirmam.

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Foto: Getty Images/AFP/M. Medina

Associações islâmicas na Alemanha condenaram os atentados terroristas de 13 de Novembro em Paris, que deixaram ao menos 129 mortos e mais de 350 feridos. "Estamos chocados e consternados", diz uma declaração conjunta de nove organizações, apresentada nesta segunda-feira (16/11) numa mesquita em Colônia.

"Foi um ataque contra nós. O terror está em total contradição com a misericórdia divina", afirma a nota. "Os assassinos de Paris estão errados se acreditam que estão realizando as vontades de Deus." Os islâmicos ainda se mostraram solidários às famílias das vítimas: "A sua dor é a nossa dor."

Na declaração, as associações alemãs fazem um apelo pela união da sociedade. Segundo elas, é importante aderir aos valores liberais e entender a diversidade como uma benção. Deve-se combater a opressão, a tirania e as guerras no Oriente Médio, na África e no resto do mundo, afirmam.

Zekeriya Altug, porta-voz do Conselho de Coordenação dos Muçulmanos (KRM, na sigla em alemão), pediu nesta segunda-feira que "o ódio, a discórdia e o medo não tenham permissão para entrar em nossos corações" e que todos se ergam juntos pelos valores democráticos.

"O terror também gera solidariedade, porque estamos nos aproximando uns dos outros, e nada pode nos separar", diz Altug, que também representa a União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos (Ditib).

Ele enfatiza que não há qualquer relação entre a crise migratória e os ataques em Paris. "Não há evidências de que existam vários membros do Estado Islâmico (EI) escondidos entre os refugiados", afirma o porta-voz.

Bekir Altas, secretário-geral da Comunidade Islâmica Millî Görüş, também acredita que todos devem se unir contra o terrorismo. "Nossa responsabilidade não acaba na porta da mesquita", afirma. "Precisamos alcançar os jovens fora das mesquitas, que geralmente são muito ativos na internet." Para isso, Altas pede o apoio das autoridades políticas e da sociedade.

Por sua vez, Abdullah Uwe Wagishauser, da Comunidade Islâmica Ahmadiyya, destacou a forte cooperação entre associações muçulmanas e as autoridades alemãs.

Segundo ele, há uma grande "diferença no clima" em comparação com outros países europeus, como a França e o Reino Unido. "Aqui não pode haver ódio nos sermões. O Verfassungsschutz [serviço de proteção à Constituição] ficaria sabendo imediatamente", diz Wagishauser.

EK/epd/kna