1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Oriente Médio: um sinal de esperança

(ns)17 de maio de 2004

A conselheira de segurança norte-americana Condoleezza Rice reuniu-se em Berlim com o premier palestino Ahmed Qureia. Chanceler federal alemão Gerhard Schröder conclama Israel a parar com a destruição em Gaza.

https://p.dw.com/p/53ga
Ministro Fischer recebe Condoleezza Rice em BerlimFoto: AP

O primeiro-ministro palestino, Ahmed Qureia, reuniu-se com a assessora de segurança do governo norte-americano Condoleezza Rice, em Berlim. O encontro foi uma iniciativa da diplomacia alemã, preocupada com a estagnação do processo de paz no Oriente Médio.

Um processo que mal merece esse nome, com a contínua escalada da violência na Faixa de Gaza. Esta segunda-feira (17) não trouxe uma atmosfera propícia para as conversações em Berlim. Após novos bombardeios israelenses nesta madrugada contra alvos de organizações palestinas radicais, o exército israelense desencadeou uma fuga em massa de palestinos de Rafh.

Depois de cercar o acampamento palestino palestina na fronteira de Gaza com o Egito, o exército invadiu a cidade. O objetivo da operação é impedir o contrabando de armas e as atividades dos grupos radicais. A justiça israelense autorizou que Israel continue demolindo casas palestinas para ampliar a faixa fronteiriça entre Gaza e o Egito.

Schröder e Rice criticam Israel

Tanto o chanceler federal alemão Gerhard Schröder como Condoleezza Rice criticaram a demolição de casas na Faixa de Gaza. O chefe de governo alemão conclamou Israel a por fim à destruição. Há "sinais modestos, mas positivos de que o processo está saindo da estagnação", comentou Schröder, após reunir-se com o premier palestino.

Schröder und Qureia, Kureia in Berlin
Ahmed Qureia, primeiro-minsitro palestino (e), com o chanceler federal alemão Gerhard Schroeder, em BerlimFoto: AP

Ahmed Qureia agradeceu a iniciativa alemã e as palavras de Schröder, que ressaltou o apoio alemão à criação de um Estado palestino independente, lado a lado com Israel. O chanceler alemão elogiou a anunciada retirada israelense de Gaza e a dissolução de colônias de judeus, mas deixou claro que isso "não pode substituir negociações sobre o status definitivo dos territórios entre as partes em conflito".

Após o encontro com o representante palestino, Condoleezza Rice disse que Bush também defende a existência de dois Estados e se atém ao Road Map, o plano internacional de paz.. No entanto, uma retirada israelense exigiria ações correspondentes de parte dos palestinos, isto é, reformas mais decididas.

Quanto à destruição de casas, os Estados Unidos teriam dado a entender a Israel "que algumas de suas ações não criam uma boa atmosfera". Qureia, por sua vez, pediu a intervenção de Washington junto a Israel para que cesse a derrubada de casas.

Tratando de consertar o estrago

Condoleezza Rice, contudo, não deixou de manifestar seu apoio aos planos do chefe de governo israelense, Ariel Sharon, de retirada dos territórios autônomos – "uma oportunidade histórica", segundo ela. As questões do status definitivo dos territórios palestinos deveriam ser regulamentadas com a participação de todos os envolvidos, como prevê o Road Map do chamado "Quarteto do Oriente Médio".

Depois das acusações de apoio unilateral a Israel e Sharon, Bush está empenhado em uma reaproximação com os palestinos. Como os EUA integram o quarteto, sua reputação como mediador do conflito perdeu credibilidade em todo o mundo, principalmente entre os países árabes. A pressão sobre a Casa Branca aumentou mais ainda quando o próprio Sharon não conseguiu impor o plano de retirada dentro de seu partido, o Bloco Likud.

Mediação alemã

O representante da Autoridade Palestina na Alemanha, Abdallah Franghi, elogiou o papel mediador da Alemanha no conflito do Oriente Médio. "Não foi por acaso que o encontro de Rice com Qureia aconteceu em Berlim", manifestou em entrevista a uma emissora. Para o coordenador das relações teuto-americanas, Karsten Voigt, ele é um sinal de "que a Alemanha assume um papel importante como mediadora na política internacional".