Os 10 candidatos ao Oscar 2023 de Melhor Filme
Alemães, irlandeses, asiáticos: a lista para a 95ª edição do prêmio da Academia de Hollywood é bem diversa. Até certo ponto: dependendo da categoria e apesar de protestos, segue imperando o princípio #OscarsTãoMachos.
Favorito absoluto: 'Tudo em todo lugar ao mesmo tempo'
Com 11 indicações, essa comédia entre fantasia e ficção científica foi a vencedora do 95º Oscar. Os realizadores Daniel Kwan e Daniel Scheinert ("Os Daniels") detonam as convenções de gênero ao contar as aventuras de uma dona de lavanderia (Michelle Yeoh) que, além dos problemas com impostos, o marido e a filha, se vê obrigada a combater o mal em múltiplos universos paralelos.
Um alemão no páreo: 'Nada de novo no front'
A nova versão cinematográfica do romance antibelicista de Erich Maria Remarque já entrou para a história da sétima arte com nove indicações para o Oscar, mais do que qualquer outro filme alemão. Dirigida por Edward Berger e produzida pela Netflix, ela expõe os horrores da Primeira Guerra Mundial da perspectiva de um jovem soldado.
Tragicomédia bizarra: 'Os Banshees de Inisherin'
Com diálogo inteligente e e uma boa dose de humor negro, o roteirista e diretor Martin McDonagh narra a tragicômica escalada de um conflito interpessoal. O protagonista do filme indicado para nove Oscars é um habitante de uma ilha da Irlanda (Brendan Gleeson) que, em 1923, subitamente decide acabar a amizade com seu vizinho (Colin Farrell).
Biografia de uma lenda: 'Elvis'
O diretor australiano Baz Luhrmann traz de volta à vida uma lenda do rock 'n' roll, numa cinebiografia que acumulou oito indicações para o Oscar. Por sua interpretação Elvis "The Pelvis" Presley, Austin Butler concorre na categoria Melhor Ator. Tom Hanks representa o esperto empresário holandês "Coronel" Tom Parker, que descobriu e promoveu o cantor, mas também se enriqueceu nas suas costas.
Memórias de um veterano de Hollywood: 'Os Fabelmans'
O drama autobiográfico de amadurecimento de Steven Spielberg concorre a sete Academy Awards. Em sua da obra mais pessoal até hoje, o cineasta de 76 anos, retorna à infância e juventude, nas décadas de 50 e 60. Michelle Williams e Paul Dano são os pais de entusiasta do cinema, interpretado por Gabriel LaBelle.
Abuso de poder no mundo da música clássica: 'Tár'
No psicodrama escrito e dirigido por Todd Field, Cate Blanchett representa Lydia Tár, uma regente de orquestra fictícia, ilustrando o abuso de poder sistêmico no mundo da cultura, mais especificamente no contexto da hierarquia quase militar de uma orquestra sinfônica. Por sua atuação, a australiana já recebeu diversos prêmios.
Mais de 30 anos depois: 'Top Gun: Maverick'
Na sequência do blockbuster 'Top Gun', de 1986, Tom Cruise retorna como o piloto Pete "Maverick" Mitchell, agora treinando jovens profissionais para uma perigosa missão de combate. Nas impressionantes cenas de batalha foram empregados jatos F18 de verdade. O filme de ação está indicado para seis Oscars.
Ambientalismo e muito azul: 'Avatar: O caminho da água'
O épico 3D de James Cameron, candidato a quatro Oscars, também é uma sequência e estrondoso sucesso de bilheteria. Como na produção de 2009, a ação se passa no planeta Pandora, acompanhando a luta dos Na'vi contra colonizadores. E, mais uma vez, a grande estrela são os efeitos especiais.
Sátira implacável: 'Triângulo da tristeza'
Com sua mais recente obra, além de três indicações para o Oscar, o original cineasta sueco Ruben Östlund (' The Square') já conquistou uma Palma de Ouro do Festival de Cannes. Situada basicamente num iate de luxo, a excêntrica sátira social ridiculariza tanto o mundo dos influenciadores das redes sociais quanto o dos superricos.
Religião e violência sexual: 'Entre mulheres'
Única diretora entre os candidatos a Melhor Filme, a canadense Sarah Polley explora as consequências do abuso sexual num contexto repressivo e patriarcal: durante anos, mulheres de uma comunidade religiosa vêm sendo drogadas e violentadas à noite. Ao descobrir o fato, elas se reúnem num celeiro para discutir quais serão as consequências.
#OscarsTãoMachos
Não há como ignorar: para quem é mulher, a chance de ganhar um Oscar de Melhor Direção em 2023 é zero. As indicações couberam a "Os Daniels", Todd Field, Martin McDonagh, Ruben Östlund e Steven Spielberg. Isso, apesar dos repetidos protestos por mais diversidade na Academia. E mesmo das recentes vitórias de Chloé Zhao e Jane Campion (seu segundo Oscar). "Tão machos", até quando?