Os sinos da paz
21 de março de 2003Representantes das principais religiões do mundo condenaram a guerra no Iraque. Com toque de sinos, vigílias e orações, as Igrejas alemãs apóiam as manifestações pela paz e tentam sensibilizar seus fiéis a participaram da campanha de ajuda humanitária.
A Igreja Católica lamentou que o governo do Iraque não tenha respeitado a resolução da ONU e o apelo do Vaticano para desarmar o país, bem como o fracasso das negociações diplomáticas para uma solução pacífica da crise. O Papa João Paulo II rezou uma missa pela paz para o povo iraquiano.
"As Igrejas e as comunidades cristãs em todo o mundo vêem esse momento com profunda tristeza", diz um comunicado conjunto divulgado pela Conferência das Igrejas Luteranas(EKD), a Conferência dos Bispos Católicos e o grupo de trabalho das igrejas cristãs da Alemanha. "Essa guerra é expressão do fracasso da política", declarou o presidente da EKD, Manfred Kock.
Imoral - Segundo o Conselho Mundial das Igrejas, a guerra no Iraque é "imoral e ilegal". O ataque estaria ignorando "a voz da civilização, das igrejas e outras comunidades religiosas" não só dos países envolvidos no conflito.
O Conselho Central dos Muçulmanos na Alemanha condenou as ações militares. "Esta guerra vai custar a vida de milhares de inocentes e desestabilizar toda a região", declarou o porta-voz da organização, Mounir Azzoui.
Para o Conselho Central dos Judeus na Alemanha, o aspecto mais importante da intervenção militar é a "libertação" do Iraque. "Por mais crueldades que possam ocorrer na guerra, não se deve esquecer que se trata de eliminar uma ditadura", disse o presidente da entidade, Paul Spiegel.
Respeitar a lei - A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA disse "lamentar profundamente que a guerra não tenha sido evitada". A entidade apelou às tropas norte-americanas e seus aliados para "que protejam a vida da população civil iraquiana como a de suas próprias famílias e de seus compatriotas. Os EUA devem respeitar as regras do direito internacional sobre a guerra", afirmou.
Os bispos alemães conclamaram os fiéis a rezarem pela paz e a colaborarem com a campanha de ajuda às vítimas da guerra. As entidades filantrópicas ligadas às Igrejas – Caritas Internacional, Misereor, Diakonie e Brot für die Welt (Pão para o mundo) – já abriram contas bancárias especiais na Alemanha para receber doações ao Iraque.