Líbia
9 de março de 2011Embora o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, afirme não estar em questão uma intervenção na Líbia, a organização chegou a um acordo sobre três princípios que precisam ser respeitados para o caso de uma intervenção militar nos confrontos envolvendo rebeldes e as forças leais a Muammar Kadafi na Líbia. A aliança atlântica analisa a possibilidade desde o início dos combates no país.
Conforme diplomatas reunidos em Bruxelas nesta quarta-feira (09/03), qualquer ação militar na região deve ser baseada em uma "necessidade comprovada", uma "base jurídica clara" e um "apoio regional firme". Como "base jurídica clara" entende-se o apoio explícito da ONU a uma ação militar direta.
"A Otan não busca intervir na Líbia, mas já pedimos ao nosso exército que faça um plano prudente para qualquer eventualidade", disse o secretário-geral da aliança atlântica nesta quarta-feira. Os diplomatas que preparam o encontro dos líderes da União Europeia (UE) na sexta-feira declararam que os países do bloco querem a saída imediata de Kadafi do governo.
Os insurgentes têm apelado por apoio internacional para acabar com os bombardeios da força aérea líbia. Os ministros da Defesa dos países que integram a Otan se reúnem nesta quinta-feira (10/03) em Bruxelas. Na agenda, entre outros temas, está o debate sobre a zona de exclusão aérea sobre o território líbio.
Emissários de Kadafi em Portugal e no Egito
O governo português confirmou que emissários do governo líbio se deslocaram para Lisboa para encontrarem o ministro português do Exterior, Luis Amado. O ministro deve estar em Bruxelas nesta quinta-feira para a reunião dos ministros de Relações Exteriores dos 27 países da UE. Portugal é membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e encabeça o comitê que avalia sanções à Líbia.
Outro emissário de Kadafi, o general Abdelrahman al-Zawi, homem de confiança do líder líbio para Logística e Abastecimento, chegou ao Cairo nesta quarta-feira. Conforme o ministro italiano do Exterior, Franco Frattini, al-Zawi levou ao Egito uma mensagem a ser entregue aos representantes da Liga Árabe.
Os ministros do Exterior dos países árabes devem se encontrar no próximo final de semana no Cairo para discutir a implantação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. O Conselho de Segurança da ONU estabeleceu na semana passada que Kadafi não está autorizado a voar para outros territórios.
Mercados agitados
A ação da força aérea líbia sobre os rebeldes tem refletido no preço do petróleo. "Os acontecimentos na Líbia continuam sendo o calcanhar de Aquiles do Dax", afirma o analista de mercados Robert Halver. Depois de nova alta do valor do petróleo, o Dax fechou em queda de 0,46% nesta quarta-feira.
MP/rtr/afp/dpa/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer