Pacote prevê 25 bilhões de euros para aquecer economia alemã
10 de janeiro de 2006O governo alemão investirá 25 bilhões de euros, nos próximos quatros anos, para incentivar o crescimento econômico e a geração de empregos. Se forem incluídas na soma as renúncias fiscais de Estados e municípios, o valor chega a 37 bilhões de euros. Falta apenas definir alguns detalhes do pacote, afirmou o porta-voz da Chancelaria Federal, Thomas Steg.
O dinheiro será destinado principalmente aos setores de pesquisa e desenvolvimento, transporte e construção civil e a investimentos sociais, como, por exemplo, o pagamento de babás para mães que trabalham fora.
O governo federal destinará seis bilhões de euros para a pesquisa e pediu aos Estados e ao setor privado maiores esforços para que, até 2010, seja atingido o objetivo da União Européia de investir 3% do PIB em pesquisa.
Merkel otimista
A chefe de governo, Angela Merkel, fez um balanço positivo do encontro, o primeiro a reunir os representantes do SPD e da CDU/CSU no governo da grande coalizão, empossado em novembro último. Segundo ela, o clima de confiança dentro do governo foi fortalecido. A reunião ocorreu segunda-feira e terça-feira (9 e 10/01), no castelo de Genshagen, nas imediações de Berlim.
O assunto mais controverso da grande coalizão, a continuidade do programa de desativação das usinas nucleares iniciado pelo governo anterior, foi deixado de lado. O tema será debatido num encontro de cúpula no começo de abril, depois das eleições nos Estados da Renânia-Palatinado, Saxônia-Anhalt e Baden-Württemberg.
Mas SPD e CDU chegaram a um acordo sobre a questão dos limites de dedução do imposto de renda de valores gastos com filhos de até 14 anos. As mudanças favorecem os contribuintes e significam uma redução da carga fiscal no valor de 460 milhões de euros.
Reação da indústria
A Confederação da Indústria Alemã (BDI) classificou o programa como positivo, mas espera ver os resultados práticos. "Agora tudo depende de como o programa será implementado", disse o presidente da BDI, Jürgen Thumann. Ele acrescentou que se trata de "um primeiro passo, mas as expectativas não devem ser muito grandes. Devemos esperar pelos próximos passos".