Panamá suspende investigação dos "Panama Papers"
25 de janeiro de 2017Promotores comunicaram nesta quarta-feira (25/01) que o Panamá está suspendendo o inquérito do caso Panama Papers – escândalo desencadeado por uma série de reportagens que mostraram como ricos e poderosos usam paraísos fiscais para esconder seu dinheiro.
Os registros do serviço panamenho de advocacia Mossack Fonseca revelaram os nomes de líderes, políticos, celebridades e milionários de todo o mundo que fizeram uso dos serviços do escritório para criar empresas offshore anônimas.
A procuradora-geral Kenia Porcell disse que uma disputa legal por motivos constitucionais exigiu a suspensão do inquérito, acrescentando que agora está nas mãos do Supremo Tribunal Federal decidir se a investigação deve ser reativada. "A investigação não pode continuar", afirmou Porcell. "Tecnicamente, ela foi tirada de nós."
O escritório de advocacia Mossack Ferreira argumenta que seus documentos foram roubados e que as investigações resultantes são, portanto, baseadas em informações obtidas ilegalmente.
O escândalo denominado Panama Papers estourou em abril de 2016, quando meios de comunicação noticiaram sobre cerca de 2,6 terabytes de documentos que foram vazados ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung por uma fonte anônima. Posteriormente, os documentos foram compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).
O dossiê explosivo revelou conexões de alguns líderes mais poderosos do mundo, incluindo o presidente russo Vladimir Putin, o ex-premiê britânico David Cameron, entre outros, as empresas offshore secretas para evitar o pagamento de impostos. As revelações levaram à renúncia do primeiro-ministro da Islândia.
Embora as empresas offshore não sejam per se ilegais, o escândalo Panama Papers lançou um debate sobre o crescimento desenfreado de evasão fiscal e lavagem de dinheiro.
PV/afp/ots