Crise na Grécia
17 de junho de 2011Anúncio
Em um esforço para acelerar a aprovação no Parlamento do pacote de medidas de austeridade econômica no país, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, promoveu alterações no seu gabinete, nesta sexta-feira (17/06). Papandreou tenta assim convencer a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que liberem novos recursos para a Grécia enfrentar a crise de endividamento.
Ele demitiu o ministro das Finanças, George Papaconstantinou, e o substituiu pelo ministro da Defesa, Evangelos Venizelos. Este último também assume a vice-presidência da Grécia, ao lado do titular da pasta, Theodoros Pangalos. Apesar das mudanças, os mercados continuam assustados e céticos quanto à possibilidade de a Grécia pagar seus débitos, que já chegam a 340 bilhões de euros.
Papandreou planejava nomear o ex-vice presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lucas Papademos, como ministro das Finanças. Porém, sofrendo pesadas críticas dos líderes do seu partido socialista (Pasok), por não ter conseguido revitalizar a economia grega, abriu mão de aliados impopulares e ofereceu cargos a rivais socialistas.
Peso pesado
Venizelos é considerado um peso-pesado na cena política grega e tornou-se um adversário político de Papandreou dentro do Pasok. Em 2007, tornou pública sua oposição à postura do atual primeiro-ministro, por ocasião da derrota do partido para os conservadores nas eleições legislativas.
Mais tarde, apresentou-se como alternativa a Papandreou na liderança da sigla. A atual elevação do ministro da Defesa ao segundo cargo mais importante do governo serve agora como garantias de que o Pasok estará unido para implementar o plano exigido pela UE e pelo FMI.
O demitido Papaconstantinou é o arquiteto do plano impopular que prevê privatizações e aumento de impostos. Tais medidas serviriam para dar um fôlego de 28 bilhões de euros aos cofres públicos gregos.
Papaconstantinou também foi o responsável por negociar o primeiro pacote de resgate no valor de 110 bilhões de euros. O antigo ministro das Finanças, que contava com credibilidade junto a credores e ao mercado, deverá assumir agora o Ministério grego do Meio Ambiente.
Expectativa
A reestruturação do governo prevê também que o ministro da Saúde, Andreas Loverdos, e o ministro-adjunto do Trabalho, George Koutroumanis, assumam responsabilidades adicionais. Panos Beglitis, aliado de Papandreou, é o novo ministro da Defesa da Grécia.
Como novo ministro das Finanças, Evangelos Venizelos chega em momento decisivo para a solução da crise grega. Espera-se que ele faça valer a sua experiência e peso político para unificar o partido, impulsionar a aprovação da reforma interna e garantir a liberação da parcela de 12 bilhões de euros do primeiro pacote, em julho, ou até mesmo de um novo pacote de resgate para a Grécia.
O novo gabinete deve ser submetido a voto de confiança no Parlamento grego, na próxima terça-feira. "Eu espero que o novo governo possa ser aprovado rapidamente para que a continuidade da assistência financeira à Grécia possa seguir de forma confortável", disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
MP/dw/afp/lusa/dw
Revisão: Carlos Albuquerque
Revisão: Carlos Albuquerque
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