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Paquistão busca responsáveis por ataque suicida

28 de março de 2016

Autoridades procuram membros da facção do Talibã Jamaat-ul-Ahrar, que assume a autoria do atentado que deixou ao menos 72 mortos e 340 feridos em Lahore. Papa pede que governo garanta segurança também da minoria cristã.

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Foto: Getty Images/AFP/F.Naeem

Autoridades do Paquistão iniciaram nesta segunda-feira (28/03) a busca por membros de uma facção ligada ao Talibã que reivindicou a autoria do ataque suicida realizado neste domingo num parque público em Lahore, capital do Punjab, no leste do país. O ataque deixou ao menos 72 mortos e 340 feridos.

O atentado no parque Gulshan Iqbal, onde famílias comemoravam a Páscoa, foi o quinto ataque a bomba da facção do Talibã Jamaat-ul-Ahrar desde dezembro, e reflete as tentativas do grupo de aumentar a sua importância entre os divididos militantes islâmicos do Paquistão.

O porta-voz do Exército, general Asim Bajwa, afirmou que agência de inteligência, o Exército e forças paramilitares iniciaram diversas operações na província de Punjab ao longo de toda a noite de domingo e madrugada desta segunda para buscar os responsáveis pelo atentado.

"Os serviços de inteligência, apoiados pelo Exército e pelos 'Rangers' fizeram cinco operações em Lahore, Faisalabade e Multan. As operações continuam e com novas pistas", acrescentou o general. Segundo uma mensagem no Twitter do governo da província, 50 suspeitos já foram detidos após o ataque.

Segundo o correspondente da DW em Lahore, Tanvir Shahzad, os paquistaneses cristãos estavam participando das festividades de Páscoa e, por isso, "havia mais pessoas no parque do que normalmente, por se tratar de um feriado".

O papa Francisco pediu nesta segunda-feira às autoridades do país que façam tudo para garantir a segurança da população e, em particular, da minoria cristã.

"No Paquistão, a Santa Páscoa foi ensanguentada por um atentado execrável. Mais uma vez, a violência e o homicídio odioso conduzem apenas ao sofrimento e à destruição", afirmou o pontífice perante os fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a oração do Angelus.

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Familiares e amigos lamentam mortes durante enterro de vítimasFoto: Getty Images/AFP/A. Ali

Lahore é base de poder do premiê

A facção do Talibã reivindicou a autoria pelo ataque e acrescentou que o alvo foi a minoria cristã do Paquistão, majoritariamente muçulmano. Os cristãos perfazem cerca de 1,6% da população do país.

"Os alvos foram os cristãos", frisou um porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan. "Nós quisemos mandar a mensagem para o premiê Nawaz Sharif de que nós entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos parar. Nossos homens-bomba vão continuar com esses ataques."

Um alto funcionário da polícia afirmou à DW que as forças de segurança reforçaram a segurança em Lahore, base de poder do primeiro-ministro Nawaz Sharif.

"Nós estamos em estado de guerra e reforçamos a segurança em Lahore. Os terroristas queriam atingir pessoas inocentes", afirmou o vice-inspetor geral da polícia, Haider Ashraf.

Ele afirmou, ainda, que não se sabe exatamente o número de mortos e feridos que fazem parte da comunidade cristã. Ele acrescentou que a maioria dos mortos pela explosão é de muçulmanos.

O ataque foi o mais mortal no Paquistão desde o massacre de 134 crianças em dezembro de 2014 em uma academia militar na cidade de Peshawar, que gerou uma grande repressão do governo à militância islâmica.

FC/rtr/afp/efe/lusa