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Parlamento Europeu aponta corrupção nos novatos da UE

ef10 de março de 2004

A sete semanas da ampliação da União Européia, Parlamento Europeu exige dos dez novos países membros, sobretudo da Polônia, um combate maior à corrupção e solução de problemas com minorias, como os ciganos.

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Deputado Elmar Brok preocupado com o peso da Polônia na UEFoto: Presse

O Parlamento Europeu exigiu dos novos países membros da União Européia, e sobretudo na Polônia, um engajamento maior contra a corrupção e abusos contra minorias, como os ciganos. No seu relatório final sobre a situação nos dez novatos, que apresentou nesta quarta-feira (10), o Parlamento em Estrasburgo destacou que vários tipos de deficiência já causam sérias preocupações. Os deputados europeus não vêem, porém, qualquer ameaça à data da integração: o dia 1º de maio.

O comissário da ampliação da UE, Günther Verheugemn, por sua vez, bateu duro nos membros atuais da comunidade de 15 países, acusando os seus governos de não terem preparado as pessoas a tempo para a ampliação. Por isso, as preocupações e medos das populações não teriam surpreendido o político alemão. Os trabalhadores dos membros antigos têm grande medo de perder o emprego para a mão-de-obra barata proveniente dos novatos na UE. Os alemães, por exemplo, se sentem ameaçados pelos vizinhos poloneses.

Günter Verheugen
Günter VerheugenFoto: AP

"As pessoas tinham de saber que não existem alternativas sensatas para a ampliação e que esta é a única possibilidade de assumir a responsabilidade histórica pela paz e o bem-estar na Europa", sustentou Verheugen.

Polônia é o pior exemplo

- O Parlamentou Europeu deu a sua pior nota para a Polônia, depois que os parlamentares europeus atestaram que a corrupção prejudicou seriamente o desenvolvimento político e econômico do país, que as leis da UE sobre segurança de alimentos, meio ambiente e proteção dos animais não foram implantadas inteiramente, que a Justiça continua muito ineficiente e que as reformas das estruturas administrativas na agricultura continuam mancando.

Com a ressalva de que não gostaria de apresentar a Polônia como a ovelha negra da ampliação, o deputado europeu da Alemanha, Elmar Brok, considerou a situação péssima, porque sendo um país grande com quase 37 milhões de habitantes, a Polônia tem um peso maior que os demais novatos na UE. Por isso, ele estima que uma equiparação ao padrão da UE ainda vai demorar anos. O político democrata-cristão se baseia na experiência com a reunificação da Alemanha. Ele destacou que ainda existem muitas diferenças na região da antiga República Democrática Alemã, comunista, apesar do apoio e financiamento maciço da região ocidental que sempre foi capitalista, a República Federal da Alemanha.

Só três ganham notas boas

- Os deputados europeus deram notas boas só para a Lituânia, Malta e Eslovênia. Além destes três e da Polônia, os próximos integrantes da UE são Estônia, Letônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria e o Chipre grego. A parte da ilha ocupada há décadas pela Turquia deverá continuar de fora da UE até que haja um acordo de reunificação entre gregos e turcos.

Com vistas a uma nova ampliação da UE, o Parlamento Europeu elogiou os progressos alcançados na Bulgária. Este país estaria no bom caminho para entrar no clube em 2007, conforme planejado. Na Romênia, ao contrário, a corrupção está amplamente propagada na política, economia e Justiça. Lá são cometidas graves violações dos direitos, principalmente a prática de tortura nas estações policiais, e o país seria um centro do tráfico de pessoas.

Em vista de tantos problemas, os deputados europeus recomendaram à Comissão Européia e aos governos da UE uma reorientação na estratégia de adesão com a Romênia.