Parlamento grego aprova referendo sobre reformas
28 de junho de 2015Por 178 votos a favor e 120 contrários, parlamentares gregos aprovaram na madrugada deste domingo (28/06) a realização de um referendo sobre os termos do programa de resgate ao país proposto pelos credores de Atenas – Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).
A consulta popular havia sido anunciada pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras no dia anterior e deverá ocorrer em 5 de julho.
O acalorado debate acerca do referendo durou mais de 14 horas. Além dos integrantes do partido do governo Syriza e do eurocético Anel, os radicais de direita da Aurora Dourada também votaram a favor da realização da consulta.
Em discurso antes da votação em plenário, Tsipras disse estar confiante que os gregos "dirão um enfático 'não' ao ultimato dado pelos credores internacionais".
"Um 'não' no referendo irá melhorar nossa posição de negociação", afirmou o premiê grego, ressaltando que a consulta não representa uma ruptura com a Europa, "mas sim com as práticas que ofendem a Europa".
O líder da oposição, Antonis Samaras, alertou sobre as consequências de um eventual "não" nas urnas. "Não se trata exatamente do acordo, mas da permanência ou não de nosso país na zona do euro".
A aprovação do referendo pelo Parlamento grego poderá desgastar ainda mais as relações entre Atenas e o resto dos países que compõem o bloco da moeda comum. Mais cedo, no sábado, o chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, declarou em Bruxelas que o programa de resgate financeiro para a Grécia não será prorrogado para além de 30 de junho, conforme havia sido solicitado pelo governo grego.
O anúncio sobre o referendo horas antes por Tsipras gerou severas críticas por parte do Eurogrupo, possivelmente influenciando na decisão. O ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, comentou que, com a proposta do referendo, a Grécia encerrou "unilateralmente" as conversas.
A decisão do Eurogrupo pode representar o fracasso definitivo das negociações entre Atenas e seus credores internacionais, que já duram cinco meses. O país precisa pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI até o fim do mês ou entrará em default, o que poderá forçar a saída da Grécia da zona do euro ou mesmo da União Europeia, o chamado "grexit".
MSB/dpa/afp/ap