Parlamento italiano cassa cargo de senador de Silvio Berlusconi
27 de novembro de 2013O Senado italiano votou a cassação do mandato do ex-primeiro-ministro Silvio nesta quarta-feira (27/11), após ter sido confirmada sua condenação por fraude fiscal.
O bilionário, notório pelo envolvimento em numerosos escândalos, fica privado de um posto parlamentar pela primeira vez desde 1994. Além de perder o mais importante de seus cargos públicos – e com ele, sua imunidade legal – ele está impedido de ocupar qualquer outro posto político por um período de seis anos.
O processo de cassação, decidido pela maioria dos votos dos senadores em Roma, transcorreu com base na assim chamada "Lei Severino", de 2012. Segundo ela, ficam excluídos do Parlamento os condenados a mais de dois anos de prisão. O ex-senador responde, ainda, a diversos outros processos.
Em 1º de agosto, o Supremo Tribunal da Itália proclamou em última instância a sentença definitiva contra o "Cavaliere" por fraude fiscal em seu império midiático Mediaset. A pena de quatro anos foi comutada em um ano em detenção domiciliar. Em 19 de outubro, o Tribunal de Apelação de Milão já determinara seu afastamento do Parlamento por dois anos.
"Cavaliere" nega crimes
Até o último momento, Berlusconi e seu partido Força Itália tudo tentaram para impedir a iminente exclusão do Senado. Seus adeptos protestaram em Roma, alegando um "golpe de Estado" e o "fim da democracia". O político também instou pessoalmente os senadores a retardarem a votação, numa carta em que advertia contra uma decisão que os "cobriria de vergonha diante de seus filhos, seus eleitores e de todos os italianos".
Nesta quarta-feira, ainda antes da votação, ele convocou um "dia de luto" para a Itália. Diante do fato consumado, o populista de 77 anos assegurou mais uma vez sua inocência aos seus seguidores. "Hoje é um dia amargo e um dia de luto para a democracia", declarou.
Apesar de Silvio Berlusconi já ter respondido a mais de 20 processos, e de todos os escândalos em sua longa carreira, segundo pesquisas de opinião ele ainda conta com o apoio de um quinto da população italiana. Caso ocorressem novas eleições agora, ele poderia até mesmo obter maioria para a aliança de centro-direita sob sua liderança.
AV/afp/dpa