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Parlamento russo apoia referendo na Crimeia

7 de março de 2014

Legisladores em Moscou dizem que península autônoma seria bem-vinda caso decida se desvincular da Ucrânia e se integrar à Rússia. Iniciativa foi criticada por líderes ocidentais, como Merkel e Obama.

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Foto: Yuri Kadobnov/AFP/Getty Images

As duas câmaras do Parlamento russo defenderam nesta sexta-feira (07/03) o direito da Crimeia de realizar um referendo sobre sua anexação à Rússia e afirmaram que, caso o povo escolha se desvincular da Ucrânia em 16 de março, a península seria bem recebida por Moscou.

“Nós apoiamos a escolha democrática e livre da população da Crimeia”, afirmou o presidente da câmara baixa (Duma) do Parlamento russo, Sergei Naryshkin, depois de se encontrar em Moscou com uma delegação da península para discutir a possível integração à Rússia.

Na quinta-feira (06/03), o presidente russo, Vladimir Putin, disse que o Kremlin não tinha “nenhuma intenção” de anexar a Crimeia, mas insistiu que a população do território tem o direito de determinar o status da região por meio do voto popular.

O referendo do dia 16, no entanto, dá à população apenas duas opções: juntar-se á Rússia ou continuar com a Ucrânia. “Nós nos interamos da decisão histórica tomada pelo Parlamento na Crimeia de realizar um referendo de entrada na Federação Russa”, disse Valentina Matvienko, presidente da câmara alta do Parlamento russo.

A decisão de realizar o referendo aumentou ainda mais a tensão entre a Rússia e a Ucrânia, depois que protestos populares derrubaram o presidente Viktor Yanukovytch, aliado de Moscou, em meados de fevereiro.

Ao mesmo tempo em que deu apoio à iniciativa da Crimeia, Matvienko preferiu deixar de lado qualquer retórica de guerra. “É uma besteira, não reflete nossas intenções em absoluto ou os sentimentos de empatia e dor que sentimos pelo povo ucraniano”, disse. “Temos certeza de que nunca haverá uma guerra entre as duas nações irmãs.”

A chanceler alemã, Angela Merkel, criticou a atitude do Parlamento da Crimeia de convocar um referendo que, segundo ela, “tem como base uma fundação que nem existe”. O presidente americano, Barack Obama, também foi contra a iniciativa, qualificada por ele como uma violação das leis internacionais.

RM / ap / lusa / rtr