Partido da oposição anuncia boicote às eleições na Venezuela
20 de fevereiro de 2018O partido da oposição Primeiro Justiça (PJ), do líder opositor Henrique Capriles, anunciou nesta terça-feira (20/02) que não participará das eleições presidenciais de 22 de abril. A legenda alegou que o processo eleitoral não oferece condições justas.
"Com base na negativa reiterada do governo nacional a conceder as garantias para eleições livres e democráticas estabelecidas na Constituição, decidimos não participar de tal processo fraudulento", diz um comunicado do grupo político.
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O partido apoia formação de uma "Frente Ampla" que inclua todos os setores da sociedade venezuelana que já manifestaram rejeição à "farsa eleitoral" para exigir que sejam dadas as garantias estabelecidas na Constituição para uma eleição justa e transparente.
"Atualmente, na Venezuela, não há condições necessárias para uma eleição presidencial. Ninguém nos tirará do caminho democrático, mas nunca nos prestaremos a fazer o jogo de uma ditadura que só se importa em permanecer no poder à custa do sofrimento do povo venezuelano", destaca o texto.
O partido de Capriles e do ex-presidente do Parlamento venezuelano Julio Borges acrescentou que manterá uma "luta dentro e fora do país para conseguir uma mudança política em eleições livres".
O boicote do Primeiro Justiça é uma reação as restrições impostas pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no processo eleitoral. Diversos líderes opositores, entre eles Henrique Capriles e Leopoldo Lopéz, foram proibidos de participar do pleito.
O Vontade Popular (VP), partido opositor liderado por López, que cumpre prisão domiciliar, já havia anunciado na semana passada que não apresentaria e nem apoiaria candidato nas eleições. O PJ e VP são dois dos quatro principais integrantes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que até agora não anunciou uma decisão conjunta sobre o pleito.
Os outros partidos fortes da MUD, a Ação Democrática (AD) e Um Novo Tempo (UNT), até o momento se mantêm em silêncio sobre o assunto.
Pelo menos três dirigentes opositores expressaram a intenção de se candidatarem para enfrentar Maduro, que busca a reeleição. São eles Claudio Fermín – que foi da AD –, o pastor evangélico Javier Bertucci e o empresário Luis Alejandro Ratti, todos sem uma legenda que apoie suas candidaturas.
CN/efe/dpa
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