Partido de Macron perde maioria na Assembleia Nacional
19 de maio de 2020Dissidentes do partido governista de Emmanuel Macron anunciaram nesta terça-feira (19/05) a criação de um novo grupo na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento da França, deixando o presidente sem uma maioria absoluta.
Sete parlamentares acabaram rompendo com a República em Marcha (LREM) de Macron para se juntar ao novo grupo "Ecologia, Democracia, Solidariedade", que terá 17 membros do Legislativo em suas fileiras.
Isso significa que agora o partido de Macron passa a contar com 288 parlamentares, ficando com um deputado a menos do que o necessário para garantir uma maioria absoluta (metade mais um). Ao todo, o Parlamento francês conta com 577 cadeiras.
O partido também conta hoje com bem menos do que os 314 deputados que o presidente tinha ao reformular a paisagem política em 2017.
Apesar disso, os 17 parlamentares são menos do que o número sugerido por reportagens no início deste mês, que apontaram que até 58 poderiam deixar a legenda. O número final indica que os líderes do partido conseguiram conter a sangria.
"A pressão do Executivo, do partido e do grupo foi tal que tivemos que adiantar o anúncio", disse um deputado desertor. "Muitos acabaram decidindo não dar esse salto."
A sigla de Macron, formada para levá-lo à Presidência em 2017, já havia sofrido uma série de deserções de parlamentares frustrados por sua centralização na tomada de decisões e por suas políticas pró-mercado.
Para garantir a maioria absoluta, Macron ainda pode contar com o apoio de um parceiro de aliança minoritário, o MoDem de centro, que conta com 47 deputados, mas a aritmética pode dar a esta legenda mais influência na formulação de políticas nos últimos dois anos do mandato de Macron.
JPS/rt/afp
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