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Países árabes

Tarek Anegay (mr)3 de maio de 2006

O discurso oficial de liberdade não condiz com o número de pessoas presas ou perseguidas no mundo árabe por emitir sua opinião.

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Liberdades de imprensa e de expressão no mundo árabe são mais discurso do que práticaFoto: AP

A liberdade de imprensa no mundo árabe varia de país a país. Os países declaram oficialmente que não reprimem a liberdade de expressão e que não perseguem os defensores da democracia e da Justiça. Mas as cadeias repletas de presos políticos e as histórias de jornalistas perseguidos que precisam se refugiar em outros países mostram o outro lado da moeda.

Os países árabes ainda estão muito longe da implementação de verdadeiras e transparentes liberdades de expressão e de imprensa. Contradições na implementação desses valores podem ser percebidas por meio de inúmeros exemplos.

O governo da Tunísia se opôs à participação do chefe da organização “Repórter sem Fronteiras” na Cúpula da Informação, em 2005. O governo de Marrocos, por sua vez, não hesitou em prender o jornalista e editor do jornal Ali Marabet por ter publicado uma caricatura do rei. O caso foi julgado como um insulto à majestade e à sua dinastia e custou ao jornalista seu trabalho e sua liberdade. O jornal não pode mais ser publicado e o repórter passará cinco anos na prisão. Além disso, ele está proibido de escrever e publicar artigos pelos próximos dez anos.

Apesar disso, as autoridades nos países árabes estão se convencendo aos poucos de que a legitimação do poder só se dará a partir da consolidação das liberdades de imprensa e de expressão. Esse panorama é a pedra fundamental para uma sociedade moderna e civilizada.

Liberdade de imprensa só existe nas áreas palestinas, no Líbano e, mais recentemente, no Iraque. No Egito, ela é limitada, apesar da lei de emergência. Em todos os outros países árabes, ela não passa de um discurso bonito.