Pensilvânia e Nevada confirmam vitória de Biden
24 de novembro de 2020Os estados da Pensilvânia e de Nevada, nos Estados Unidos, confirmaram nesta terça-feira (24/11) a vitória do democrata Joe Biden em seus territórios, desferindo o último golpe nas reivindicações do presidente Donald Trump de que ele venceu as eleições presidenciais de 3 de novembro.
A Pensilvânia, que tem 20 votos no Colégio Eleitoral, é um dos estados-chave que cimentaram a vitória de Biden sobre Trump na contagem final. Nevada, por sua vez, tem seis votos no Colégio Eleitoral. É necessário um total de 270 votos para vencer o pleito, e Biden soma 306.
O resultado na Pensilvânia foi anunciado pelo governador do estado, Tom Wolf, pelo Twitter. "Conforme requer a lei federal, assinei a certificação de verificação para a lista de eleitores de Joe Biden e [sua vice] Kamala Harris", escreveu.
A eleição no estado terminou com 3,46 milhões de votos para Biden, 3,38 milhões para Trump, e 79 mil para Jo Jorgensen, do Partido Libertário.
O presidente republicano fez da Pensilvânia uma peça central de suas tentativas jurídicas fracassadas de alterar o resultado das eleições, lançando ataques legais sobre as regras de contagem de votos e procedimentos do pleito nos condados.
No sábado, um juiz federal na Pensilvânia rejeitou uma ação da campanha de Trump para anular milhões de votos enviados pelo correio no estado – mais uma decisão que marcou um duro golpe para o presidente.
Já a vitória de Biden em Nevada foi oficializada pelo Supremo Tribunal do estado, em decisão unânime dos sete juízes da Corte. O tribunal respondeu assim a uma ação judicial interposta pelo Partido Republicano alegando fraude eleitoral.
Trump tentou impedir a contagem das cédulas de voto por correio dos 1,8 milhão de eleitores registados em Nevada, considerando haver irregularidades no processo.
Biden venceu no estado com 50,06% dos votos, contra 47,67% de Trump, segundo os resultados aprovados pelas autoridades eleitorais dos 17 condados de Nevada.
Futuro gabinete
A oficialização do resultado ocorre no mesmo dia em que o presidente eleito apresentou formalmente seus indicados para compor a equipe de política externa e segurança nacional de seu futuro gabinete, um dia depois de anunciar os nomes por meio de um comunicado.
"Os Estados Unidos estão de volta, prontos para liderar o mundo", declarou Biden em Wilmington, no estado de Delaware, seu reduto eleitoral.
O experiente assessor de política externa Antony Blinken foi anunciado como secretário de Estado, enquanto John Kerry, ex-secretário de Estado do governo Barack Obama, foi indicado como enviado especial para o clima.
O advogado nascido em Cuba Alejandro Mayorkas será o primeiro latino a chefiar o Departamento de Segurança Interna, que supervisiona a imigração. E Avril Haines, ex-vice-diretora da CIA, será a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora de inteligência nacional.
O presidente eleito também indicou a diplomata de longa data Linda Thomas-Greenfield como embaixadora americana nas Nações Unidas, que tem status de membro do gabinete. Jake Sullivan, que foi assessor de segurança de Biden quando ele era vice-presidente de Obama, foi escolhido como conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
Também na segunda-feira Trump autorizou que seu governo comece a cooperar com a equipe de transição de Biden, embora continue se recusando a reconhecer a derrota nas eleições.
O republicano informou a medida pelo Twitter, logo após a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês), agência governamental americana, confirmar Biden como o "aparente vencedor" do pleito presidencial, abrindo caminho para o início da transição na Casa Branca.
A GSA é responsável por garantir o funcionamento básico das demais agências federais, e sua declaração na segunda-feira permite que Biden passe a coordenar com essas agências seus planos para assumir a presidência em 20 de janeiro, o que vinha sendo bloqueado pelo atual governo.
EK/afp/ap/dpa/efe/lusa