Pequim intervém, e bolsas se recuperam
9 de julho de 2015Após acumularem quedas superiores a 30% nas últimas semanas, o equivalente a quase 4 trilhões de dólares, os mercados financeiros chineses deram sinais de recuperação nesta quinta-feira (09/07), numa reação às medidas anunciadas por Pequim para combater a especulação.
O índice geral da bolsa de Xangai (SSE) encerrou a sessão desta quinta-feira com uma alta de 5,76%, para 3.7019,33 pontos, se recuperando de uma queda de 3,81% registrada na abertura dos mercados. Durante o pregão, o índice chegou a registrar alta de 6,88%.
Já o índice da bolsa de Shenzhen (SZSE), segundo maior mercado de ações da China, fechou o dia em alta de 3,76%, para 1.955,35 pontos.
"A confiança dos investidores está se recuperando", disse Zhang Gang, analista da Central China Securities, à agência de notícias AFP.
Já com o pregão desta quinta-feira em andamento, a agência reguladora de valores mobiliários da China anunciou a medida drástica de proibir que acionistas com participações superiores a 5% vendam suas ações nos próximos seis meses.
A proibição também se aplica a investidores estrangeiros que possuam participações em empresas listadas nas bolsas de Xangai ou Shenzhen. A maioria de suas fatias no mercado, no entanto, é inferior a 5%.
Na quarta-feira, mais de 500 empresas chinesas já haviam anunciado a suspensão das negociações nas bolsas de Xangai e Shenzhen para evitar perdas maiores. Ao todo, cerca de 45% do mercado (2,4 trilhões de dólares em ações) estão com as negociações suspensas.
A China vive a maior turbulência em seus mercados desde a crise financeira global de 2008. No entanto, o índice SZSE, da bolsa de Xangai, ainda apresenta uma alta superior a 60% em relação há um ano, levando alguns analistas a interpretar a recente queda como uma correção do mercado.
Foi o décimo dia útil seguido de intervenção de Pequim nos mercados financeiros. Até esta quinta-feira, no entanto, as medidas só vinham aumentando a desconfiança dos investidores.
Para alguns investidores globais, o medo de que a turbulência no mercado chinês desestabilize a economia real é agora maior do que em relação à crise na Grécia.
LPF/afp/dpa/lusa/efe